Economia

Deputados solicitam esclarecimentos ao Ministério da Previdência sobre o caso Previ

A Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ) enfrenta um cenário conturbado, com suspeitas de irregularidades em seus investimentos. Deputados da oposição estão pressionando o Ministério da Previdência Social e o Ministério da Fazenda por esclarecimentos a respeito do fundo, que é alvo de uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU). A investigação se concentra no fluxo negativo de R$ 14 bilhões no Plano 1 da Previ entre janeiro e novembro de 2024. As denúncias podem gerar consequências políticas e legislativas para o governo federal, que tenta se distanciar do caso.

Pedidos de Esclarecimento

Os deputados Mendonça Filho (União-PE) e Chris Tonietto (PL-RJ) solicitaram informações detalhadas sobre as decisões de investimento que ocasionaram o rombo no fundo. Além disso, a deputada Daniela Reinehr (PL-SC) também entrou na disputa, cobrando explicações junto ao Ministério da Fazenda. Os parlamentares querem saber mais sobre a atuação da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), responsável pela fiscalização do setor.

No entanto, os pedidos ainda precisam ser aprovados pela Mesa Diretora da Câmara, que tem até cinco sessões do plenário para tomar uma decisão. Caso os requerimentos sejam aceitos, os ministérios envolvidos terão que responder aos questionamentos dos parlamentares.

Ameaça de CPI

A oposição no Congresso vê neste caso uma oportunidade de desgastar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Parte dessa estratégia envolve a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que investigaria não apenas as ações da Previ, mas também o envolvimento do governo federal. Para tanto, os deputados estão buscando apoio político suficiente para garantir que a CPI seja instaurada.

Entretanto, fontes do Planalto afirmam que o governo não tem relação direta com a gestão da Previ e, por isso, não pretende se envolver nas investigações. O Ministério da Previdência, por sua vez, ainda não se manifestou oficialmente sobre os pedidos de esclarecimento.

Posicionamento da Previ

Em uma nota oficial, a Previ tentou tranquilizar os participantes, afirmando que seus planos estão em equilíbrio, apesar da volatilidade enfrentada em 2024. Segundo a entidade, não há risco de necessidade de contribuições extraordinárias para cobrir o rombo, e o superávit registrado em novembro de 2024 foi de R$ 528 milhões, apesar da desvalorização de ativos, que impactaram a quantia em cerca de R$ 14 bilhões.

O presidente da Previ, João Luiz Fukunaga, classificou a auditoria do TCU como uma medida política e ressaltou que o fundo ainda possui recursos suficientes para cobrir suas obrigações, devido ao excedente acumulado no ano anterior. O TCU, por sua vez, não se manifestou sobre as acusações e afirmou que não fará declarações sobre o assunto no momento.

O Futuro da Previ

A Previ, que administra cerca de R$ 200 bilhões e atende cerca de 200 mil participantes, é um dos maiores fundos de pensão da América Latina. O objetivo da entidade é garantir benefícios previdenciários complementares aos oferecidos pela Previdência Oficial, e a fundação segue otimista quanto ao seu equilíbrio financeiro. No entanto, a turbulência política e o processo de auditoria devem continuar a impactar sua imagem, especialmente com a proximidade das eleições de 2026.

Conclusão

O caso envolvendo o surto de prejuízos da Previ e a crescente pressão política sobre o fundo de pensão tem o potencial de gerar desdobramentos significativos tanto no Congresso quanto na gestão do governo federal. As investigações e os possíveis pedidos de CPI podem colocar a Previ no centro de uma disputa política, o que exigirá transparência e respostas rápidas. A resolução do caso é vital para a manutenção da confiança pública em um dos maiores fundos de pensão da América Latina.

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