Governo

A estética “simples” e “despojada” proposta por Sidônio para a comunicação presidencial

Em evento virtual, ministro da Secom detalha mudanças no estilo de comunicação do presidente Lula nas plataformas digitais

Na última quinta-feira (23), durante uma plenária virtual que reuniu cerca de 3,2 mil participantes, Sidônio Palmeira, ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), anunciou mudanças significativas na maneira como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se comunica nas redes sociais. Com a presença de figuras importantes do Partido dos Trabalhadores (PT), como a presidente Gleisi Hoffmann e o secretário Nacional de Comunicação, Jilmar Tatto, o evento destacou a importância de adotar uma nova estética digital, mais conectada com as demandas e expressões do povo brasileiro.

A Nova Estética: Simples, “Sujinha” e Espontânea

Durante sua fala, Sidônio Palmeira revelou que a intenção do governo é romper com os modelos de comunicação excessivamente formatados e “pasteurizados” que dominam as redes sociais. O ministro defendeu uma estética mais “simples”, “sujinha” e “soltinha”, ou seja, mais espontânea e autêntica, em contraste com a padronização muitas vezes observada nas postagens atuais. Segundo ele, a comunicação do governo deve ser mais fluída e representar a diversidade do Brasil, sem amarras formais.

“A beleza está na diferença, na espontaneidade do povo. A comunicação não é só palavra; é gesto, olhar, entonação. Quem sabe fazer isso melhor que ninguém é o povo”, afirmou Sidônio, enfatizando que a verdadeira força da comunicação vem da autenticidade e do engajamento natural.

Superando a Padronização e Envolvendo a Militância

Para o ministro da Secom, é fundamental que a militância e os apoiadores do governo participem ativamente desse novo formato de comunicação. Ele sugeriu que, além de se comunicar de maneira mais direta e informal, o presidente Lula tem total disposição para se engajar com seu público nas redes, explicando suas ações e compartilhando de forma mais direta as realizações do governo.

“Vamos mudar o formato de como o presidente se comunica nas redes. Ele tem um estilo próprio, fala com facilidade e está muito disposto a fazer diferente. Quer explicar, mostrar o que faz e divulgar as ações do governo. Para isso, é importante que vocês engajem, curtam e compartilhem tudo que for mensagem do governo”, explicou Sidônio.

Esse movimento visa tornar a comunicação mais próxima da militância e do público em geral, permitindo que as pessoas se sintam mais conectadas com o conteúdo compartilhado, sem a barreira de uma linguagem excessivamente institucional ou impessoal.

Aprendendo com a Direita: Estratégia e Verdade

Sidônio também fez uma análise do sucesso da direita nas redes sociais, apontando que a repetição de mensagens e a coordenação de postagens são estratégias eficazes, embora ele tenha ressaltado que a esquerda precisa adotar táticas semelhantes, mas com um compromisso inegociável com a verdade.

“O que a direita faz que a gente não pode fazer, tirando a mentira e o ódio? Eles têm uma coisa: falam sempre do mesmo assunto, todos postam juntos, e isso gera crescimento. Podemos fazer isso de forma interessante, com a verdade”, explicou Sidônio. Essa visão propõe um movimento estratégico para unificar e fortalecer a mensagem da esquerda nas redes, sem recorrer a táticas desonestas, como fake news ou discursos de ódio.

Conclusão

A proposta de Sidônio Palmeira visa transformar a maneira como o presidente Lula e seus aliados se conectam com o público nas redes sociais, buscando uma comunicação mais simples, próxima e verdadeira. A ideia é envolver a militância de maneira mais autêntica e espontânea, refletindo as diversidades e a riqueza cultural do Brasil. Além disso, a estratégia busca fortalecer a presença da esquerda nas plataformas digitais de forma coordenada, mas sempre com a verdade como princípio fundamental.

Esse movimento pode representar uma mudança importante na forma como a política é discutida nas redes sociais, rompendo com os modelos tradicionais e apostando na autenticidade como chave para o engajamento e a mobilização popular. No entanto, a eficácia dessa abordagem dependerá da capacidade de traduzir a espontaneidade em ações concretas e de alcançar, de forma genuína, a população brasileira em sua total diversidade.

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