Projeção do Itaú para Selic sobe a 15,75% em 2025 com impacto do câmbio e inflação
O Itaú Unibanco revisou suas projeções econômicas e agora espera que a taxa Selic alcance 15,75% ao longo de 2025. A mudança reflete preocupações crescentes com a pressão cambial e os desafios de controlar a inflação em um cenário global de incertezas e volatilidade.
Motivos por Trás da Revisão
- Pressão Cambial
A desvalorização do real frente ao dólar tem sido mais persistente do que o esperado. A combinação de fatores internos, como a demora em avanços fiscais, e externos, como o aperto monetário nos Estados Unidos, fortaleceu o dólar globalmente. Isso aumenta o custo de importações, gerando um impacto inflacionário no Brasil. - Inflação Resiliente
Apesar de uma desaceleração nos últimos meses, a inflação continua acima da meta estipulada pelo Banco Central. Indicadores como o IPCA mostram resistência em itens como alimentos e serviços, pressionados por choques climáticos e demanda interna elevada. - Contexto Internacional
Globalmente, bancos centrais ainda mantêm políticas monetárias restritivas, o que eleva os custos de financiamento e torna o ambiente econômico mais desafiador para países emergentes como o Brasil.
Impacto da Selic Elevada
Com a taxa Selic projetada em 15,75%, o custo do crédito continuará alto para consumidores e empresas, o que pode restringir o crescimento econômico. A política monetária mais apertada, no entanto, é vista como necessária para conter as expectativas inflacionárias e estabilizar a moeda nacional.
Os principais efeitos esperados incluem:
- Redução no consumo: Juros elevados encarecem financiamentos e diminuem o poder de compra.
- Freio no investimento privado: Empresas tendem a postergar ou reduzir investimentos em um ambiente de custos mais altos.
- Maior atratividade para investidores estrangeiros: Juros altos podem atrair capital internacional em busca de rendimentos mais elevados.
Perspectivas Econômicas do Itaú
Além da Selic, o banco ajustou outras projeções econômicas:
- Crescimento do PIB: Revisado para 1,8%, refletindo o impacto dos juros altos no consumo e investimento.
- Inflação para 2025: Agora estimada em 5,2%, acima da meta de 3%.
- Câmbio: Expectativa de dólar na faixa de R$ 5,30 a R$ 5,50, dependendo do cenário político e fiscal.
Reações no Mercado
A revisão do Itaú gerou forte repercussão no mercado financeiro. Economistas avaliam que o Banco Central enfrentará desafios consideráveis para equilibrar a política monetária com a necessidade de impulsionar o crescimento econômico.
Analistas também destacam que, caso a inflação não seja controlada, novas revisões poderão ocorrer, prolongando o ciclo de juros elevados no Brasil.
Próximos Passos
O Banco Central monitora de perto os desdobramentos do câmbio e da inflação, preparando-se para ajustar sua política conforme necessário. A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) será um momento crucial para confirmar se as projeções do mercado, como a do Itaú, estão alinhadas com a visão da autoridade monetária.
A conjuntura, marcada por desafios externos e internos, será decisiva para o rumo da economia brasileira, com impactos que se estenderão para consumidores, empresas e investidores ao longo de 2025.