Economia

Queda nas Taxas Futuros de Juros Reflete Treasuries em Baixa e Desempenho Fraco do Varejo

Os contratos futuros de juros fecharam em baixa nesta quinta-feira (8), impulsionados pela queda dos rendimentos dos títulos do Tesouro norte-americano (Treasuries) e pela divulgação de dados de vendas no varejo abaixo do esperado. Os movimentos no mercado financeiro refletem um ambiente de maior expectativa sobre a condução da política monetária nos Estados Unidos e no Brasil.

Impacto das Treasuries nos Juros Domésticos

O recuo nas Treasuries, especialmente no vencimento de 10 anos, trouxe alívio aos mercados globais. Investidores têm reavaliado as projeções para a política de juros do Federal Reserve (Fed), diante de sinais de desaceleração econômica nos EUA. Com isso, a aversão ao risco diminuiu, favorecendo o fluxo de capitais para mercados emergentes como o Brasil.

Essa dinâmica influenciou diretamente os contratos de juros futuros no Brasil, com queda em diferentes vencimentos, desde os mais curtos até os mais longos.

Vendas no Varejo Abaixo do Esperado

No cenário interno, a divulgação de dados fracos do comércio varejista também contribuiu para o movimento de recuo das taxas futuras. As vendas no varejo recuaram de forma mais acentuada que o previsto, reforçando a visão de que a atividade econômica segue em ritmo moderado.

Esse dado reduz as pressões inflacionárias de demanda, aumentando as apostas de que o Banco Central brasileiro poderá manter o ritmo de cortes na taxa Selic nos próximos meses.

Movimentação nos Contratos de Juros

Os contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) mais líquidos apresentaram quedas significativas:

  • O DI para janeiro de 2025 recuou de 11,65% para 11,50%;
  • O DI para janeiro de 2027 caiu de 11,20% para 11,05%.

A redução nas taxas reflete a percepção de que o ciclo de corte de juros poderá ser mais prolongado, diante de um ambiente econômico com inflação sob controle e menor dinamismo na atividade.

Cenário Internacional e Local

No âmbito global, além das Treasuries, o mercado acompanha de perto as negociações fiscais nos Estados Unidos e os desdobramentos geopolíticos. Esses fatores têm impactado o apetite por risco e as estratégias dos investidores.

No Brasil, a conjuntura fiscal segue como ponto de atenção. As discussões sobre o orçamento de 2024 e a aprovação de medidas do pacote de ajuste fiscal podem influenciar a trajetória dos juros futuros.

Expectativa do Mercado

Os agentes do mercado aguardam as próximas decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que deverá levar em consideração os novos dados de inflação, atividade e o cenário externo. O consenso atual aponta para uma continuidade nos cortes graduais da Selic, que atualmente está em 12,75% ao ano.

Conclusão

A combinação de fatores externos e internos deu o tom no mercado de juros nesta quinta-feira. O recuo das Treasuries e a fraqueza nas vendas do varejo reforçam um cenário de maior tranquilidade para a política monetária, mas as incertezas fiscais e externas continuam como desafios importantes. O mercado seguirá monitorando de perto os próximos indicadores econômicos e os desdobramentos políticos, tanto no Brasil quanto no exterior.

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