Economia

Prévia da inflação registra alta de 0,62% em novembro e supera teto da meta em 12 meses

A prévia da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) subiu 0,62% em novembro, de acordo com dados divulgados nesta sexta-feira pelo IBGE. O resultado reforça a aceleração inflacionária, colocando o índice acumulado dos últimos 12 meses em 4,78%, acima do teto da meta estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 4,75% para 2024.


Setores que pressionaram a inflação

A alta no IPCA-15 foi puxada principalmente pelos seguintes grupos:

  1. Alimentação e bebidas
    • Com alta de 1,05%, este foi o maior impacto no mês. Produtos como carnes, hortaliças e cereais continuam em tendência de elevação.
    • Destaques:
      • Carnes: +2,2%.
      • Hortaliças: +1,8%.
  2. Transportes
    • Registraram avanço de 0,75%, impulsionados pela elevação nos preços dos combustíveis.
      • Gasolina: +2,1%.
      • Etanol: +3,5%.
  3. Habitação
    • Houve alta de 0,45%, com destaque para o aumento na conta de energia elétrica em algumas regiões devido ao reajuste tarifário.
  4. Saúde e cuidados pessoais
    • Crescimento de 0,38%, principalmente pela elevação nos preços de medicamentos.

Impacto por regiões

O IPCA-15 variou de maneira distinta entre as capitais analisadas pelo IBGE. Algumas das maiores altas foram registradas em:

  • Região Metropolitana de São Paulo: +0,72%.
  • Brasília: +0,68%.
  • Porto Alegre: +0,66%.

Perspectivas para o fim de 2024

Com a inflação ultrapassando o teto da meta, cresce a preocupação do mercado sobre os próximos passos da política monetária. Apesar do Banco Central já ter iniciado um ciclo de cortes na taxa básica de juros, o aumento da inflação pode limitar o ritmo dessas reduções.

Especialistas avaliam que:

  • A pressão inflacionária atual reflete choques pontuais em alimentos e combustíveis, mas a trajetória estrutural ainda está em linha com o centro da meta, que é de 3%.
  • O Banco Central pode endurecer o discurso e reforçar o compromisso com a estabilidade de preços para evitar um descontrole inflacionário.

Reações e impactos econômicos

  1. Mercado financeiro
    • O resultado gerou volatilidade no mercado, com investidores revisando suas expectativas para a Selic.
  2. Política fiscal
    • O governo deve reforçar o discurso de equilíbrio fiscal para conter a inflação, especialmente com a proximidade de discussões sobre o orçamento de 2025.
  3. Consumidores
    • O aumento de preços nos alimentos e combustíveis afeta diretamente o poder de compra das famílias, principalmente as de baixa renda.

Com o resultado de novembro, cresce a expectativa em relação à inflação de dezembro, que será crucial para determinar se o índice oficial de 2024 fechará acima ou abaixo do teto da meta.

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