Ministro apoia boicote ao Carrefour e afirma que ação inclui frango
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, expressou apoio ao boicote contra o Carrefour Brasil, que vem ganhando força após declarações do CEO global da rede, Alexandre Bompard, sobre a sustentabilidade da carne brasileira. A fala do executivo gerou reações negativas de setores do agronegócio e de lideranças políticas no Brasil.
Fávaro destacou que a reação não se limita à carne bovina:
“Essa é uma questão de soberania nacional. Qualquer iniciativa que desrespeite nossos produtos agropecuários, seja carne, frango ou outros itens, merece uma resposta firme.”
O que gerou o boicote?
A controvérsia começou quando Bompard afirmou que o Carrefour, em sua estratégia global, reduziria a compra de carne bovina proveniente de áreas que não atendam aos critérios ambientais mais rigorosos, incluindo regiões da Amazônia. Segundo ele, a medida é essencial para atingir metas de sustentabilidade da empresa.
As declarações foram vistas por representantes do agronegócio como uma tentativa de responsabilizar o Brasil de forma desproporcional por questões ambientais globais.
Impactos no agronegócio e reação do governo
Produtores de carne bovina, de frango e exportadores se mobilizaram para repudiar o discurso, destacando que a cadeia produtiva brasileira cumpre normas rígidas de rastreabilidade e preservação ambiental.
O governo federal, por meio do Ministério da Agricultura, reafirmou o compromisso do Brasil com o meio ambiente, mas destacou que não aceitará campanhas que prejudiquem a imagem dos produtos nacionais.
Fávaro argumentou que o setor agropecuário é vital para a economia brasileira e que medidas punitivas por parte de empresas multinacionais prejudicam o trabalho de milhões de produtores:
“Estamos entre os maiores exportadores de alimentos do mundo porque seguimos padrões internacionais. A agricultura brasileira não pode ser tratada como vilã.”
Ações em resposta ao Carrefour
Entidades como a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) incentivaram um boicote aos produtos da rede Carrefour no país. Restaurantes e supermercados regionais também aderiram ao movimento.
Para o setor, o boicote não se trata apenas de uma retaliação, mas de uma demonstração de força do mercado interno.
Próximos passos
O Carrefour Brasil ainda não emitiu um posicionamento oficial após a escalada do boicote. Especialistas apontam que a empresa precisará buscar um diálogo mais próximo com representantes do agronegócio brasileiro para evitar impactos financeiros significativos e preservar sua reputação no mercado local.
A polêmica evidencia os desafios de equilibrar compromissos globais de sustentabilidade com as relações comerciais em mercados estratégicos, como o brasileiro.