Justiça determina prazo de 24 horas para Enel restabelecer energia em São Paulo
A Justiça de São Paulo determinou que a Enel, empresa responsável pelo fornecimento de energia no estado, restabeleça o serviço elétrico em diversas regiões da capital e em municípios afetados pelo apagão recente em um prazo de até 24 horas. A decisão foi tomada após inúmeras reclamações de consumidores e ações movidas pelo Ministério Público e pela Defensoria Pública, que apontaram a gravidade da falta de energia, especialmente em bairros que estão há dias sem eletricidade, agravando os prejuízos à população.
O contexto do apagão e as falhas da Enel
O apagão que afetou São Paulo ocorreu em meio a fortes chuvas e ventos intensos, que derrubaram árvores e provocaram a interrupção dos serviços de energia em várias áreas. A Enel, no entanto, foi criticada por sua demora no atendimento e pela falta de comunicação clara com seus consumidores. Em algumas localidades, como a Zona Leste e parte da Zona Sul da capital, moradores relatam que estão sem luz há mais de 72 horas, o que tem gerado transtornos, especialmente para aqueles que dependem de equipamentos médicos ou necessitam de refrigeração para medicamentos.
A Promotoria de Justiça, que já havia notificado a empresa sobre o problema, afirma que a Enel não cumpriu o plano de manutenção e investimentos previsto, deixando a infraestrutura energética vulnerável diante das adversidades climáticas. Segundo a Promotoria, a empresa deveria ter investido R$ 602 milhões em melhorias no sistema elétrico, mas parte desse montante ainda não foi aplicado.
Impactos para a população
O apagão gerou uma série de problemas para os cidadãos de São Paulo, como a interrupção de serviços essenciais, perdas de alimentos perecíveis, além de prejudicar o comércio e pequenas empresas. Um dos casos mais críticos ocorreu quando uma mãe precisou usar a bateria do carro para fornecer oxigênio à filha, que depende de aparelhos respiratórios, após horas sem energia elétrica em sua residência.
Consequências para a Enel
A decisão judicial também estabelece uma multa diária para a Enel caso o prazo de 24 horas não seja cumprido. A Defensoria Pública reforçou que essa medida é essencial para garantir que a empresa priorize o atendimento imediato às áreas mais afetadas e que isso sirva de exemplo para futuras situações. Além disso, a concessionária pode enfrentar novas sanções se for comprovado que o não cumprimento dos investimentos previstos colaborou para o agravamento da crise.
Resposta da Enel
Em nota, a Enel informou que está trabalhando com equipes reforçadas para restaurar o fornecimento de energia o mais rápido possível, mas que a complexidade de alguns danos e as condições climáticas adversas ainda dificultam os reparos. A empresa também ressaltou que está dando prioridade a locais com consumidores em situações de vulnerabilidade, como hospitais e unidades de saúde.
O que esperar nos próximos dias
A decisão da Justiça coloca pressão sobre a Enel para agir de maneira rápida e eficiente. Consumidores que ainda estão sem energia esperam que o serviço seja reestabelecido dentro do prazo estipulado, enquanto as autoridades continuam monitorando a situação. Este episódio também levanta a discussão sobre a qualidade dos serviços de fornecimento de energia no Brasil e a necessidade de fiscalização mais rigorosa por parte dos órgãos responsáveis.
Com a proximidade do período de chuvas de verão, espera-se que a concessionária tome medidas preventivas para evitar novas interrupções em larga escala, especialmente em uma metrópole como São Paulo, onde a infraestrutura energética desempenha um papel crucial na rotina diária de milhões de pessoas.