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Mãe usa bateria de carro para salvar filha durante apagão em São Paulo: ‘Oxigênio no limite’

Durante o recente apagão que atingiu diversos bairros de São Paulo, uma mãe viveu momentos de desespero e criatividade para salvar a vida de sua filha, que depende de um respirador artificial. Com a queda de energia e sem previsão de retorno do serviço, a mulher recorreu à bateria de seu carro para garantir que o equipamento de oxigênio da filha continuasse funcionando.

Uma corrida contra o tempo

A filha, que possui uma condição respiratória grave, necessita de ventilação mecânica 24 horas por dia para respirar. No momento do apagão, o aparelho começou a dar sinais de que a energia da bateria interna estava se esgotando. A família, sem gerador de emergência, se viu em uma situação crítica, já que o oxigênio estava no limite.

A mãe, em um ato rápido e desesperado, decidiu improvisar. Ela utilizou a bateria do carro para alimentar o respirador, conseguindo tempo precioso até que a energia fosse restabelecida. “O oxigênio estava acabando, e eu sabia que não podíamos esperar mais. Foi uma solução que eu nunca imaginei que teria que usar, mas naquele momento era tudo o que tínhamos”, relatou.

O impacto do apagão em São Paulo

O apagão, que durou horas em algumas regiões da capital paulista, afetou centenas de famílias e estabelecimentos. Relatos de hospitais enfrentando dificuldades para manter os equipamentos funcionando e pequenos comércios contabilizando prejuízos são comuns. No entanto, histórias como a dessa mãe destacam o impacto que a falta de energia tem em situações de vida ou morte.

O episódio reacende o debate sobre a infraestrutura elétrica em São Paulo, com questionamentos sobre a preparação das empresas de fornecimento de energia para situações de emergência e a necessidade de investimentos em redes mais robustas. A Enel, responsável pela distribuição de energia na capital, está sendo investigada pela Promotoria de Justiça por não ter investido mais de R$ 600 milhões em melhorias, conforme previsto.

Falta de comunicação e apoio

Outro fator que agravou a situação foi a falta de comunicação clara por parte da concessionária durante o apagão. A mãe relatou que tentou entrar em contato com a Enel para obter informações sobre a previsão de retorno da energia, mas não conseguiu. “Eles não sabiam dizer quando o serviço seria restabelecido, e eu só pensava na minha filha. Não tínhamos como esperar.”

Esse tipo de situação levanta a importância de oferecer suporte especializado a pessoas com condições de saúde que dependem de energia elétrica constante, como pacientes em ventilação mecânica ou outros dispositivos médicos. A ausência de um plano de contingência eficiente pode colocar em risco a vida de muitos brasileiros.

Final feliz, mas com alerta

Após horas de tensão, a energia finalmente retornou na região da casa da família, e a menina foi estabilizada sem maiores complicações. Apesar do final feliz, o incidente serve como um alerta sobre os riscos que a população mais vulnerável enfrenta em casos de interrupções prolongadas no fornecimento de energia.

A mãe, aliviada por ter conseguido manter a filha em segurança, fez um apelo: “É preciso que as autoridades pensem nessas situações. Não podemos ficar sem alternativas quando a energia acaba. Minha filha precisa respirar, e muitos outros dependem de eletricidade para sobreviver. Algo precisa ser feito.”

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