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Em campanha na TV, Nunes se aproxima de Tarcísio, enquanto Boulos mira eleitorado de Marçal

Na reta final do segundo turno das eleições para a Prefeitura de São Paulo, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o candidato Guilherme Boulos (PSOL) adotaram novas estratégias em suas campanhas de TV, buscando consolidar suas bases e atrair o voto dos indecisos. Nunes intensificou sua associação com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), enquanto Boulos tenta conquistar eleitores de Eduardo Marçal (PL), que obteve uma boa votação no primeiro turno.

A estratégia de Nunes: alinhamento com Tarcísio

Ricardo Nunes, que tenta a reeleição, está investindo fortemente em sua proximidade com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Nunes tem aparecido frequentemente ao lado de Tarcísio, destacando parcerias entre a prefeitura e o governo estadual, especialmente em áreas como infraestrutura, segurança pública e programas sociais.

A escolha de se associar ao governador reflete o desejo de Nunes de capitalizar a popularidade de Tarcísio, principalmente entre os eleitores de centro e direita. O governador, ex-ministro do governo Bolsonaro, tem uma boa aceitação entre os paulistanos, especialmente no eleitorado mais conservador e nos bairros de classe média e alta. Ao reforçar esse vínculo, Nunes busca consolidar o apoio dos eleitores que se identificam com o perfil de gestão mais técnico e focado em resultados de Tarcísio.

Nos últimos programas eleitorais, Nunes também destacou o trabalho conjunto com o governo estadual em grandes projetos, como a expansão da linha de metrô e a melhoria da segurança nas regiões periféricas da cidade. A mensagem principal é que a parceria entre prefeitura e governo do estado é fundamental para a continuidade do progresso em São Paulo.

Boulos mira os eleitores de Marçal

Do outro lado, Guilherme Boulos, que chegou ao segundo turno com uma campanha focada em temas sociais, como habitação e combate às desigualdades, está adotando uma estratégia para ampliar sua base de eleitores. Sabendo que a disputa com Nunes será acirrada, Boulos tem direcionado esforços para conquistar os eleitores que votaram em Eduardo Marçal, candidato do PL que ficou em terceiro lugar no primeiro turno.

Marçal teve uma campanha baseada em críticas ao sistema político tradicional e atraiu principalmente eleitores que estão descontentes com a polarização entre direita e esquerda. Embora Marçal tenha se posicionado à direita, seus eleitores têm um perfil mais diverso, incluindo jovens e pessoas das periferias que se identificam com sua retórica de mudança.

Boulos, ciente dessa complexidade, tem moderado algumas de suas propostas e adotado um tom mais conciliador em sua campanha. Além de reforçar seus compromissos com políticas de inclusão social, o candidato do PSOL tem falado sobre gestão eficiente e transparência, temas que podem ressoar com os eleitores de Marçal que buscam renovação e honestidade na política.

A campanha de Boulos na TV tem destacado sua trajetória de luta pelos direitos dos trabalhadores e a criação de políticas para a população mais carente, mas também faz acenos a pautas que tradicionalmente atraem eleitores de direita, como a segurança pública. Em um movimento estratégico, ele tenta apresentar uma imagem mais pragmática e capaz de dialogar com diferentes segmentos da sociedade paulistana.

Os desafios de ambos os candidatos

Ricardo Nunes enfrenta o desafio de continuar se afastando das críticas de que seu governo não teria uma marca própria, sendo frequentemente visto como um gestor sem grandes projetos inovadores. A associação com Tarcísio pode ajudá-lo a fortalecer sua imagem de gestor competente, mas também o coloca em uma posição delicada: depender excessivamente do apoio do governador pode enfraquecer sua independência como líder político.

Por outro lado, Boulos enfrenta a tarefa de manter sua base de eleitores fiéis, formada majoritariamente por pessoas de esquerda e movimentos sociais, enquanto tenta expandir seu apelo a eleitores mais moderados ou indecisos. A imagem de Boulos como um ativista combativo pode ser um obstáculo para conquistar eleitores mais conservadores ou que rejeitam a política tradicional, como os de Marçal. Para isso, ele precisa equilibrar suas propostas progressistas com a necessidade de se apresentar como um candidato viável para administrar uma cidade complexa como São Paulo.

Impacto na corrida eleitoral

A disputa pelo segundo turno em São Paulo está cada vez mais acirrada, e as estratégias de ambos os candidatos mostram como cada um tenta atrair os eleitores indecisos e ampliar sua base. Nunes aposta na continuidade e no apoio de Tarcísio para garantir a confiança do eleitorado que valoriza estabilidade e gestão técnica. Boulos, por sua vez, busca expandir sua base ao atrair eleitores descontentes com o sistema atual, moderando seu discurso sem perder o foco em suas propostas de justiça social.

Com as pesquisas mostrando uma disputa apertada, a capacidade de ambos os candidatos em mobilizar novos eleitores e fortalecer suas alianças será decisiva para definir o resultado final da eleição. O segundo turno promete ser uma batalha intensa, com ambos os lados buscando capitalizar cada oportunidade para convencer os eleitores paulistanos.

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