Judi Dench afirma que Harvey Weinstein “cumpriu sua pena” e defende reintegração de Kevin Spacey
A atriz britânica Judi Dench, 91 anos, voltou ao centro de uma grande controvérsia após declarar, em entrevista recente, que acredita que Harvey Weinstein “já pagou pelo que fez” e que Kevin Spacey deveria ser reintegrado à indústria cinematográfica. As falas dividiram opiniões e reacenderam debates sobre perdão, responsabilização e legado artístico.
Dench afirmou que nunca teve experiências negativas com Weinstein durante os projetos em que trabalharam juntos, apesar das condenações do ex-produtor por crimes de agressão sexual. Para a atriz, a pena cumprida na Justiça já representaria uma forma de quitação. Ela disse também que, em nível pessoal, acredita no perdão.
Sobre Kevin Spacey, Judi Dench voltou a defendê-lo publicamente, dizendo que considera o ator “exonerado” após decisões judiciais recentes. A atriz revelou que mantém contato com ele e acredita que seu trabalho não deveria ser apagado da história, comparando a exclusão de sua obra à tentativa de eliminar produções ou obras literárias de artistas com comportamentos reprováveis.
As declarações repercutiram de forma intensa. Especialistas, colegas de profissão e internautas demonstraram posições opostas: enquanto alguns defendem a separação entre arte e conduta pessoal, outros consideram que falas como as de Dench minimizam a dor das vítimas e relativizam crimes graves expostos pelo movimento #MeToo.
A discussão ganha ainda mais peso por conta da relação profissional e afetiva que Dench teve com ambos: Weinstein foi responsável por produções marcantes da carreira da atriz, e Spacey a apoiou em momentos pessoais delicados, o que ajuda a explicar — mas não atenua — o impacto de suas palavras.
Com a entrevista, Dench reacende um debate central para Hollywood: é possível separar a obra do artista quando há crimes e denúncias graves envolvidos? A reação pública mostra que a resposta segue longe de um consenso.
