Trump derruba parte da “Tarifa Eduardo Bolsonaro” e acirra tensões com o Brasil
Um recado para Eduardo Bolsonaro
A “tarifa Eduardo Bolsonaro” havia sido vista como instrumento de favorecimento político: empresas ligadas a aliados ou apoiadores da família Bolsonaro teriam sido beneficiadas de forma discreta, por meio de protecionismo tarifário. A retirada parcial dessas tarifas sugere que Trump pretende enfraquecer a rede de influência político-comercial construída ao redor de Eduardo — diminuindo seu poder econômico ou sua capacidade de manter aliados estratégicos.
Pressão sobre Jair Bolsonaro
Ao desautorizar a proteção tarifária destinada a setores sensíveis, os Estados Unidos enviam um sinal direto ao ex-presidente Jair Bolsonaro: o apoio comercial não será irrestrito e depende de objetivos práticos, não apenas de posturas ideológicas. Essa medida pode enfraquecer a base de sustentação econômica de Bolsonaro e obrigá-lo a buscar novos aliados ou ajustar sua estratégia de influência internacional.
Consequências para o comércio bilateral
A suspensão das tarifas favorece exportadores brasileiros, que veem uma oportunidade de recuperar competitividade nos EUA. Porém, o ajuste pode ser temporário ou sofrer novos revéses, dependendo de negociações futuras. Há ainda o risco de retaliação americana se o Brasil reagir de forma hostil em outras frentes diplomáticas.
Para o Brasil, a medida é uma faca de dois gumes: apoia exportadores, mas fragiliza politicamente figuras importantes de sua ala conservadora — uma clara articulação geopolítica.
Repercussão no cenário político interno
A notícia da suspensão das tarifas provoca turbulência no bolsonarismo. Aliados de Eduardo Bolsonaro consideram a decisão como traição ou desgaste de influência, enquanto a oposição vê nisso uma oportunidade para questionar o poder econômico da família. Para analistas políticos, a jogada de Trump pode enfraquecer a articulação de longa data que ligava os Bolsonaros a setores estratégicos na economia brasileira.
No Congresso, parlamentares começam a reagir. Alguns defendem medidas para compensar perdas potenciais para empresas beneficiadas pela tarifa, enquanto outros sugerem que o Brasil deverá renegociar acordos comerciais para garantir estabilidade futura.
Oportunidade e risco para o Brasil
Oportunidade:
- Exportadores agrícolas e industriais podem aumentar as vendas para os EUA com tarifas mais baixas.
- O Brasil pode usar a aproximação para fortalecer sua presença comercial nos EUA, aproveitando novos canais de diálogo.
- Empresas brasileiras podem reinvestir os ganhos em inovação ou expansão se as novas condições forem mantidas.
Riscos:
- A retirada de proteção tarifária pode enfraquecer aliados econômicos históricos do bolsonarismo, promovendo rivalidades internas.
- Se for uma medida temporária, os exportadores podem se tornar vulneráveis a novos aumentos de tarifa.
- A instabilidade comercial pode crescer se o Brasil reagir com medidas protecionistas ou retaliações — o que pode iniciar uma nova fase de tensão bilateral.
Conclusão
A decisão de Trump de remover parte das tarifas conhecidas como “Tarifa Eduardo Bolsonaro” é mais do que uma manobra econômica: é um movimento geopolítico com forte impacto político no Brasil. Ao desmantelar um instrumento que favorecia aliados bolsonaristas, os Estados Unidos deixam claro que poder comercial pode ser usado como arma diplomática.
Para Empresários e exportadores brasileiros, abre-se uma janela interessante. Mas para os Bolsonaros, especialmente Eduardo, o recuo tarifário representa um golpe simbólico e prático. E para Jair Bolsonaro, é mais um lembrete de que o suporte geopolítico internacional é uma via de mão dupla, repleta de riscos e oportunidades.

