Sabino amplia confronto com o União Brasil e reafirma apoio a Lula
O ministro do Turismo, Celso Sabino, entrou em rota de colisão com seu próprio partido, o União Brasil, ao resistir à pressão para deixar o governo Lula e reafirmar publicamente sua lealdade ao presidente petista. A atitude marca um momento de ruptura institucional, com claras diferenças entre sua base partidária e o projeto do Palácio do Planalto.
Crise no partido
O estopim da crise ocorreu quando a direção do União Brasil exigiu que seus filiados com cargos no governo federal entregassem seus postos. Sabino foi um dos alvos diretos dessa determinação. Apesar do ultimato, ele entregou uma carta de renúncia, mas manteve conversas com Lula e acabou sendo segurado pelo presidente para permanecer no cargo até uma data estratégica no Pará.
Na visão de Sabino, o partido deveria “arrefecer os ânimos” antes de tomar decisões definitivas sobre expulsão. Ele falou abertamente que sua permanência no ministério é mais do que política: reflete compromisso com projetos concretos, como o avanço do turismo nacional, que ele afirma estar sendo gerido com resultados “extraordinários”.
Apoio incondicional a Lula
Durante um evento ao lado de Lula, Sabino fez um discurso carregado de emoção e convicção. Ele declarou que “nenhum partido, nenhum cargo e nenhuma ambição pessoal” o afastará do povo e reafirmou que o presidente pode contar com seu apoio “onde quer que ele esteja”.
Em tom firme, Sabino chamou Lula de “o melhor presidente da história” e ressaltou que sua lealdade vai além do ministério: é um compromisso pessoal e institucional. Para ele, partir agora significaria trair tanto a sua base quanto aquilo que considera legado positivo no governo federal.
Repercussões e futuro político
O confronto com o União Brasil pode ter consequências graves: Sabino já enfrenta processo de expulsão e pressões crescentes dentro da sigla. Mas ele parece disposto a pagar esse custo político em nome de seu alinhamento com Lula.
Além disso, há um alerta estratégico: Sabino pode estar pavimentando uma saída para buscar novo partido, reforçar sua candidatura ao Senado ou consolidar-se como uma figura independente dentro do governo. Sua insistência em permanecer, mesmo sob risco de expulsão, é vista por analistas como parte de um plano mais amplo de poder.
Conclusão
Celso Sabino não apenas desafia o seu partido: ele reafirma uma aliança pessoal com o presidente Lula, num momento em que a lealdade política está sendo testada. Ao colocar sua convicção acima das ordens partidárias, ele envia uma mensagem clara: para ele, o compromisso com o governo federal e com seu próprio mandato é maior do que a disciplina interna — e isso pode redefinir o equilíbrio dentro do União Brasil nos próximos meses.

