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O destino de Doca Street após matar Ângela Diniz: da fuga à condenação

A história de Doca Street, responsável pelo assassinato da socialite Ângela Diniz em 1976, continua sendo um dos casos criminais mais marcantes do país. O crime, cometido em 30 de dezembro daquele ano, na Praia dos Ossos, em Búzios, gerou forte comoção nacional e transformou o debate sobre violência contra a mulher no Brasil.

Doca Street, cujo nome verdadeiro é Raul Fernando do Amaral Street, mantinha um relacionamento conturbado com Ângela havia poucos meses. Durante uma discussão, ele atirou quatro vezes contra a companheira, fugiu e se entregou semanas depois. O primeiro julgamento, em 1979, causou revolta ao utilizar a tese da “legítima defesa da honra”, argumento que contribuiu para uma condenação considerada branda pela sociedade.

A reação pública, especialmente de movimentos feministas, levou à revisão do caso. Em 1981, no segundo julgamento, Doca Street foi condenado por homicídio doloso a 15 anos de prisão. Ele cumpriu parte da pena em regime fechado e, posteriormente, em regime semiaberto, até obter liberdade condicional.

Após deixar a prisão, Doca manteve uma vida discreta, envolvido em negócios no setor financeiro e automotivo. Em 2006, publicou o livro Mea Culpa, no qual apresentou sua visão sobre o crime e refletiu sobre o episódio que marcou sua vida.

Doca Street morreu em 2020, aos 86 anos, vítima de parada cardíaca, em São Paulo.

O caso de Ângela Diniz se tornou um marco histórico na luta contra a violência de gênero e impulsionou debates que influenciaram mudanças na forma como o Judiciário brasileiro trata crimes desse tipo. A frase “Quem ama não mata”, surgida após o assassinato, permanece um símbolo da mobilização social que exigiu justiça para Ângela.

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