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Série sobre Ângela Diniz revive crime de 1976 que virou símbolo da luta contra o feminicídio

A minissérie “Ângela Diniz: Assassinada e Condenada”, que estreia em 13 de novembro de 2025 na plataforma HBO Max, revisita um dos casos mais emblemáticos da história criminal brasileira.

O crime

Ângela Diniz era uma socialite mineira, conhecida pela liberdade de costumes, que viveu parte de sua vida no Rio de Janeiro. Em 30 de dezembro de 1976, na Praia dos Ossos, em Búzios (RJ), ela foi assassinada por seu então namorado, Raul Fernando do Amaral Street, conhecido como Doca Street. Ele disparou quatro tiros contra Ângela, sendo três no rosto e um na nuca.

O julgamento e impacto

No primeiro julgamento, em 1979, Doca Street foi condenado a apenas dois anos de prisão, com direito à liberdade como réu primário, após a defesa alegar a tese de “legítima defesa da honra”. A reação pública foi imediata: o caso ganhou força como símbolo da violência contra a mulher e da impunidade no Brasil. Isso levou a um novo julgamento, em 1981, quando ele recebeu pena de 15 anos.

Por que o caso é marco

  • A utilização da tese da “honra” como justificativa para assassinato de mulher configurou um momento de virada nas discussões sobre gênero, violência e direito penal no Brasil.
  • Do caso nasceu o slogan “Quem ama não mata”, que se tornou símbolo de mobilizações feministas no país.
  • A série busca revisitar não apenas o crime, mas as camadas sociais, midiáticas e jurídicas que acompanharam o processo — desde a mídia que culpabilizou a vítima até o sistema de justiça que tardou em dar resposta.

O que mostra a minissérie

Dirigida por Andrucha Waddington e estrelada por Marjorie Estiano no papel de Ângela, a produção tem seis episódios e retoma a narrativa baseada no podcast “Praia dos Ossos”. A série explora o contexto de liberdade pessoal de Ângela — separações, relacionamentos e escolhas consideradas ousadas para a época — e como isso colidiu com um sistema social que punia mulheres fora dos padrões.

Por que vale assistir

  • Reflexão sobre a forma como a sociedade tratou (e ainda trata) mulheres que desafiam normas sociais.
  • Entendimento histórico de como crimes contra mulheres foram vistos pela justiça e mídia.
  • Um retrato de época (anos 70) que dialoga com questões contemporâneas de gênero, violência e autonomia.

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