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Polícia Federal aponta uso de pizzaria e escritório de advocacia em esquema de lavagem de dinheiro ligado a ex-presidente do INSS

A Polícia Federal revelou nesta terça-feira detalhes de uma investigação que envolve o ex-presidente do INSS, acusado de participar de um esquema de lavagem de dinheiro por meio de uma pizzaria e de um escritório de advocacia. A operação, deflagrada em parceria com o Ministério Público Federal, apura o desvio de recursos e o recebimento de propinas durante o período em que o ex-dirigente comandava o instituto.

Esquema de lavagem

Segundo os investigadores, o ex-presidente teria movimentado milhões de reais em propinas, disfarçados em contratos fictícios e repasses a empresas de fachada. Parte dos valores foi supostamente canalizada para uma pizzaria registrada em nome de laranjas, utilizada para justificar receitas e movimentações bancárias suspeitas.

Além disso, um advogado ligado ao ex-dirigente teria recebido pagamentos regulares por “serviços jurídicos” que nunca foram prestados, funcionando como intermediário para ocultar a origem ilícita do dinheiro.

As apurações mostram que as transferências começaram logo após a saída do investigado do cargo de presidente do INSS, o que reforçou a suspeita de que os recursos tenham sido obtidos enquanto ele ainda exercia funções públicas.

Operação e provas coletadas

Durante a operação, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão em Brasília, São Paulo e em cidades do interior de Minas Gerais. Foram apreendidos documentos, registros contábeis e aparelhos eletrônicos que devem ajudar a rastrear a movimentação financeira.
Os investigadores também identificaram operações em criptomoedas e movimentações internacionais que podem ter servido para ampliar o disfarce das transações.

Defesa e posicionamento

A defesa do ex-presidente do INSS afirmou, em nota, que ele nega qualquer envolvimento em atividades ilícitas e que “sempre atuou de forma transparente e dentro da legalidade”. O advogado citado na investigação também negou as acusações e declarou que os contratos com o ex-dirigente tinham natureza “exclusivamente profissional”.

Contexto e possíveis desdobramentos

O caso é parte de uma investigação mais ampla sobre irregularidades em contratos e pagamentos dentro do INSS, envolvendo empresas terceirizadas e prestadoras de serviço.
A PF tenta identificar se houve favorecimento em licitações, com posterior recebimento de vantagens indevidas. Se confirmadas as suspeitas, os envolvidos podem responder por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Os relatórios preliminares indicam que o valor total movimentado no esquema pode superar R$ 20 milhões. O inquérito segue sob sigilo judicial, e novos depoimentos devem ocorrer nas próximas semanas.

Conclusão

A investigação reforça a atuação da Polícia Federal no combate à corrupção em órgãos públicos e reacende o debate sobre mecanismos de controle e transparência em autarquias federais.
Enquanto as apurações avançam, o caso do ex-presidente do INSS se soma a outras investigações que buscam desarticular redes de lavagem de dinheiro estruturadas para ocultar ganhos ilícitos obtidos com o uso da máquina pública.

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