Mercados asiáticos avançam após sanção de Trump encerrar paralisação do governo nos EUA

As bolsas da Ásia encerraram o pregão desta segunda-feira em alta generalizada, impulsionadas pela notícia de que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sancionou o projeto que põe fim ao shutdown — a paralisação parcial do governo norte-americano. A decisão trouxe alívio imediato aos mercados globais, que vinham operando com cautela diante das incertezas fiscais e do risco de desaceleração da economia norte-americana.

O encerramento do impasse orçamentário nos Estados Unidos dissipou parte do nervosismo que dominava as últimas sessões, levando investidores a retomarem posições em ativos de risco. O alívio foi sentido especialmente em mercados emergentes e em companhias ligadas a setores de tecnologia e exportação, que vinham sofrendo com a volatilidade global.

Em Tóquio, o índice Nikkei 225 subiu expressivamente, com forte desempenho das empresas do setor eletrônico e automobilístico. Gigantes japonesas de tecnologia, como Sony e Panasonic, registraram ganhos sólidos após o avanço do apetite por risco. A valorização do iene frente ao dólar, que havia preocupado o mercado nas últimas semanas, foi compensada pelo otimismo em torno da reabertura do governo americano e das expectativas de continuidade nos programas de estímulo.

Na China continental, o índice de Xangai também fechou em território positivo. As ações de empresas de tecnologia e consumo lideraram os ganhos, refletindo uma melhora no humor dos investidores locais. Além da repercussão da medida norte-americana, analistas chineses apontaram que o governo de Pequim estuda novos incentivos fiscais para estimular a demanda doméstica, o que sustentou o movimento de alta.

O mercado de Hong Kong acompanhou o ritmo, encerrando o pregão com valorização significativa. Companhias do setor financeiro e de telecomunicações foram destaque, com bancos e operadoras se beneficiando da redução da aversão ao risco. O Hang Seng, que vinha acumulando perdas nos últimos dias, recuperou parte do terreno perdido, com destaque para as ações de exportadoras voltadas ao mercado americano.

Na Coreia do Sul, o índice Kospi também fechou em alta, impulsionado por empresas de semicondutores e tecnologia da informação. O setor foi favorecido pelo cenário global mais favorável e pelas projeções de recuperação das exportações asiáticas, que devem se beneficiar da normalização administrativa nos Estados Unidos.

A reação positiva das bolsas asiáticas também refletiu um movimento global de retomada do otimismo, com investidores avaliando que o fim do shutdown reduz riscos fiscais e reforça a confiança no crescimento norte-americano. A perspectiva de que a Casa Branca e o Congresso possam manter um diálogo mais estável sobre o orçamento contribuiu para o ambiente de recuperação dos mercados.

Além disso, analistas apontaram que a sanção presidencial fortalece as expectativas de continuidade nas políticas de estímulo econômico nos EUA. A normalização das atividades governamentais deve destravar pagamentos, licitações e liberações de recursos que estavam paralisados, o que tende a beneficiar empresas com relações comerciais diretas com o mercado americano.

Outro fator que ajudou no clima positivo foi a estabilidade nas cotações do petróleo e o leve recuo nos rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA, reduzindo a pressão sobre os fluxos de capital na Ásia. O ambiente mais calmo nos mercados de commodities e juros reforçou a disposição de investidores em buscar ativos de maior retorno.

Apesar da euforia momentânea, especialistas alertaram que ainda há desafios à frente. O prolongado impasse político nos Estados Unidos deixou marcas na confiança dos consumidores e pode gerar impactos na arrecadação fiscal. Mesmo assim, o consenso no mercado é de que a reabertura do governo americano representa um passo importante para estabilizar as expectativas e garantir um quarto trimestre menos turbulento.

Com o alívio trazido pela decisão de Trump, os mercados asiáticos iniciam a semana em clima de recuperação e otimismo. A expectativa é de que o movimento positivo se estenda também às bolsas europeias e americanas, consolidando uma melhora global na percepção de risco e abrindo espaço para novas oportunidades de valorização até o fim do ano.