Paul McCartney exige menu 100% vegetariano na COP30: “hipocrisia climática”
O músico britânico Paul McCartney, de 83 anos, fez um apelo público aos organizadores da COP30, que será realizada em Belém (PA) entre os dias 10 e 21 de novembro de 2025, para que o evento adote um cardápio 100% vegetariano. O ex-Beatle classificou como “hipocrisia climática” o fato de a conferência global sobre meio ambiente incluir carne nas refeições.
Em uma carta aberta endereçada ao diplomata André Corrêa do Lago, presidente da COP30, e divulgada em parceria com a organização de defesa animal PETA, McCartney afirmou que servir carne em um evento dedicado à sustentabilidade é comparável a “distribuir cigarros em um congresso de prevenção ao câncer”.
O artista, vegetariano há décadas e ativista ambiental, ressaltou que a pecuária é uma das principais responsáveis pelo desmatamento e pelas emissões de gases de efeito estufa, especialmente na Amazônia — bioma que será foco central da conferência. Segundo ele, apenas cerca de 40% das refeições previstas no evento seriam à base de plantas, o que, em sua avaliação, contradiz o propósito da cúpula climática.
“A escolha de Belém como sede deveria simbolizar compromisso com a preservação, não complacência”, escreveu McCartney no comunicado. Ele também destacou que a mudança no cardápio seria um gesto simbólico importante, capaz de demonstrar coerência entre discurso e prática nas ações climáticas.
A manifestação reacende o debate sobre sustentabilidade e coerência ambiental em fóruns internacionais. Nas últimas edições da conferência, como a COP28, em Dubai, e a COP29, no Azerbaijão, discussões semelhantes surgiram após a confirmação de cardápios que incluíam carne e laticínios.
Até o momento, os organizadores da COP30 não se pronunciaram oficialmente sobre o pedido de Paul McCartney.

