Guillermo del Toro revela visão artesanal e escala épica em sua versão de “Frankenstein”
O cineasta mexicano Guillermo del Toro, 61 anos, aprofundou-se nos bastidores de sua aguardada adaptação de Frankenstein, explicando em detalhes o processo técnico e estético por trás da produção. O filme estreia globalmente via streaming em 7 de novembro de 2025.
Escala e abordagem artesanal
Del Toro enfatizou que a produção foi construída com sets imensos, objetos cênicos grandiosos e figurinos complexos — tudo concebido para evocar os filmes da era de ouro de Hollywood. Ele declarou: “Quis que o filme fosse uma homenagem … com produção bonita, à moda antiga e em escala operística, feita por seres humanos.”
Um dos exemplos é um navio real, usado nas cenas de abertura, suspenso mecanicamente e movido pela Criatura — em vez de recorrer a efeitos digitais comuns.
A Criatura e seu design
Del Toro trabalhou em estreita parceria com o designer Mike Hill para criar uma versão da Criatura que fosse ao mesmo tempo perturbadora e bela. O monstro não exibe os tradicionais parafusos nos lados do pescoço. Em vez disso, sua aparência sugere uma “alma recém‑nascida… um soldado ressuscitado que foi tirado de uma vala comum”.
A maquiagem envolveu mais de 40 próteses, aplicadas em até 10 horas por dia no ator Jacob Elordi.
Códigos de cor e estética cinematográfica
Del Toro detalhou a codificação de cores usada no filme como parte da narrativa:
- Abertura e encerramento com cores restritas: branco, azul e ouro.
- A fase de infância de Victor Frankenstein (interpretado por Oscar Isaac) marcada por preto, branco e vermelho — o vermelho simboliza a mãe, o sangue, a criação.
- Verde associa-se à natureza através de Mia Goth (Elizabeth) e ao componente das baterias desligadas.
- Terra-cor e dourado emergem na fase da Criatura, evocando uma estética mais pastoral e poética.
Significado e ambição
Del Toro considera o filme como um dos grandes marcos de sua carreira — comparando‑o a projetos anteriores como A Forma da Água. Ele afirmou que “você nunca supera um filme como este… o filme passa por você”.
A produção, com orçamento de cerca de US$ 120 milhões, representa sua paixão de longa data por Frankenstein e o desejo de contá-lo com liberdade criativa e escala.
O que assistir com atenção
- A cena de abertura com o navio, evidenciando a mecânica real do cenário em vez de efeitos visuais.
- A transformação da Criatura — desde o “bebê” até o ser mais completo — evidenciada pela maquiagem, postura e linguagem corporal.
- A progressão visual através das cores e do movimento de câmera, conforme descrito pelo diretor.
- O contraste entre o artesanal e o digital — del Toro aposta em ambientes físicos para dar veracidade aos atores e à narrativa.
Em resumo: a versão de Frankenstein dirigida por Guillermo del Toro promete ser imensa e grandiosa — não apenas pelo tamanho da produção, mas pela profundidade emocional, técnica visível e resgate do cinema artesanal em uma era dominada por efeitos digitais.

