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Prefeitura de Amapá usa deepfake de Virginia e Vini Jr. para campanha e apaga publicação

A prefeitura de Amapá (AP) gerou repercussão nesta quarta-feira (6 de novembro de 2025) ao divulgar nas redes sociais um vídeo em que os influenciadores Virginia Fonseca e Vinícius Júnior aparecem anunciando o pagamento dos servidores municipais — um conteúdo criado por meio de tecnologia de inteligência artificial (IA), do tipo deepfake.

A postagem foi realizada no perfil oficial da Prefeitura de Amapá na segunda-feira, 3 de novembro de 2025, e anunciava que “o salário já está na conta” dos servidores municipais. No vídeo, a voz que parece surgir da boca de Virginia diz que o pagamento referente ao mês de outubro já está disponível; em seguida, surge o que seria a fala do jogador.

O vídeo também incluía a música “Sua Boca Mente”, de Zé Felipe, ao fundo — coincidindo com o fato de ele ser ex-marido de Virginia — o que intensificou o caráter de viralização e destacou o uso inusitado da produção.

Após a repercussão negativa e críticas sobre o uso de imagem de terceiros com tecnologia de IA sem autorização, a prefeitura removeu a publicação. Até o momento, não houve manifestação pública da Prefeitura de Amapá, de Virginia Fonseca ou de Vinícius Júnior.

Repercussão e implicações

O episódio reacendeu o debate sobre ética, responsabilidade e legislação no uso de deepfakes e imagens manipuladas em comunicações públicas.
Especialistas apontam que a utilização de rostos e vozes de pessoas sem autorização, principalmente em campanhas ou anúncios oficiais, pode configurar violação de direitos de imagem, além de gerar risco de desinformação. Mesmo com a exclusão, o vídeo já havia sido amplamente compartilhado nas redes sociais.

O que observar

A ausência de uma resposta oficial da prefeitura ou dos influenciadores deixa em aberto questões como: quem produziu o vídeo, qual agência utilizou a tecnologia e se houve algum tipo de aprovação ética prévia.
A legislação brasileira ainda não possui regulamentação específica para o uso de deepfakes, o que torna casos como esse um desafio para o direito de imagem, a propaganda institucional e os mecanismos de transparência pública.
Para servidores e cidadãos, há o risco de que comunicações oficiais percam credibilidade se forem associadas ao uso de tecnologias artificiais sem aviso ou consentimento explícito.

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