Economia

Criptomoeda líder volta a cair e Bitcoin desafia suporte ao recuar para abaixo de US$ 107 mil

O Bitcoin encerrou esta terça-feira em nova trajetória de queda, voltando a testar o patamar abaixo de US$ 107 mil, em meio à cautela dos investidores e à perda momentânea de força no mercado de criptoativos. A movimentação reflete tanto o cenário global de aversão ao risco quanto fatores internos do setor, como redução no volume de negociações e saídas expressivas de fundos institucionais.

De acordo com dados de plataformas de monitoramento do mercado, a principal criptomoeda do mundo chegou a recuar mais de 2% nas últimas 24 horas, ampliando as perdas acumuladas na semana. O movimento representa uma continuidade do ajuste observado desde o início de novembro, quando o Bitcoin perdeu força após não conseguir romper a resistência técnica próxima de US$ 112 mil.

Especialistas explicam que o recuo está diretamente ligado à incerteza sobre o comportamento das taxas de juros nos Estados Unidos. A expectativa de manutenção de juros elevados por mais tempo tem pressionado ativos de risco, incluindo criptomoedas. Quando o dólar se fortalece e os rendimentos dos títulos do Tesouro norte-americano sobem, o apetite por ativos mais voláteis tende a diminuir.

Outro fator relevante é o enfraquecimento temporário da demanda institucional. Nas últimas semanas, alguns dos maiores fundos de investimento em criptoativos reduziram exposição, sinalizando um movimento de realização de lucros após meses de valorização acumulada. Essa saída de capital tem contribuído para aumentar a volatilidade e reduzir a liquidez do mercado.

A movimentação também é observada no comportamento dos investidores de varejo, que têm adotado postura mais defensiva. Plataformas de negociação registraram aumento nas ordens de venda e na busca por stablecoins, indicativo de migração temporária para posições de menor risco.

Do ponto de vista técnico, o Bitcoin enfrenta um ponto decisivo. O nível de US$ 107 mil é visto por analistas como um suporte psicológico importante. Caso o ativo perca esse patamar de forma consistente, o próximo nível de defesa estaria em torno de US$ 104 mil, o que poderia abrir espaço para correções mais amplas no curto prazo. Por outro lado, uma recuperação acima de US$ 110 mil ainda é possível se o fluxo comprador retomar força.

Apesar da queda, o sentimento de longo prazo entre os defensores da criptomoeda segue positivo. Muitos investidores continuam confiando que o Bitcoin mantém fundamentos sólidos, especialmente diante da aproximação do próximo halving, evento que reduz pela metade a emissão de novas moedas e historicamente antecede ciclos de valorização.

Ainda assim, a volatilidade deve permanecer alta nos próximos dias. A ausência de novos gatilhos positivos no curto prazo e a dependência das decisões de política monetária global devem continuar influenciando o comportamento do mercado. O movimento recente, portanto, é visto mais como um ajuste natural dentro de uma tendência de consolidação do que como o início de uma reversão estrutural.

No ambiente mais amplo das criptomoedas, outras moedas digitais também acompanharam a queda. Ethereum, Solana e Avalanche registraram desvalorizações moderadas, reforçando o clima de realização generalizada. A dominância do Bitcoin, porém, permaneceu próxima de 54%, indicando que, mesmo em momentos de correção, a moeda segue concentrando a maior parte do capital do mercado cripto.

Em meio a um cenário de expectativas divididas e liquidez reduzida, analistas recomendam prudência. O desempenho do Bitcoin nas próximas semanas dependerá da estabilidade macroeconômica global e da confiança dos investidores institucionais. Por enquanto, o ativo segue navegando em águas turbulentas, testando limites importantes, mas ainda sustentando seu papel como principal termômetro do mercado de ativos digitais.

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