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Ação coletiva acusa Spotify de permitir “bilhões” de streams falsos para Drake

O Spotify está sendo alvo de uma ação coletiva nos Estados Unidos que alega a existência de “bilhões de reproduções fraudulentas” nas músicas do rapper Drake. O processo, apresentado por artistas independentes no Tribunal Distrital da Califórnia, afirma que a plataforma teria falhado em impedir o uso de bots e contas automatizadas responsáveis por inflar artificialmente o número de streams do cantor canadense.

Segundo os documentos da ação, entre 2022 e 2025, uma parte considerável das reproduções de Drake teria sido gerada por programas automatizados e redes de VPN, que mascaram a localização de usuários e criam números de escuta artificiais. Embora o rapper não seja acusado diretamente de participar do esquema, os autores do processo argumentam que o modelo de remuneração do Spotify — baseado na fatia de reproduções que cada artista representa dentro do total da plataforma — acabou prejudicando outros músicos.

A denúncia afirma que, ao permitir o funcionamento dessas atividades fraudulentas, o Spotify teria reduzido a participação de artistas legítimos nos pagamentos de royalties, já que os streams falsos elevariam de forma desproporcional os números de grandes nomes como Drake. A ação também cita que o aumento de contas automatizadas teria sido benéfico para a empresa, ao impulsionar métricas de engajamento e receitas publicitárias.

Em resposta, o Spotify declarou que investe em tecnologias de detecção de fraude e que remove regularmente contas falsas, além de reter pagamentos quando há indícios de comportamento irregular. A plataforma nega qualquer conivência com esquemas de manipulação de streams e afirma que “não se beneficia de reproduções artificiais”.

Os advogados que movem o processo estimam que as perdas acumuladas para artistas e compositores podem chegar a centenas de milhões de dólares, devido à distorção no sistema de pagamentos. Um exemplo citado no documento mostra que cerca de 250 mil streams de uma música de Drake apareceram como originados no Reino Unido, mas a análise técnica apontou que os acessos vieram, na verdade, da Turquia — um indício de automação.

O caso reacende o debate sobre fraudes no mercado de streaming e a transparência das plataformas digitais. A ação pode abrir precedente para novas regulamentações e investigações no setor, pressionando empresas como o Spotify a adotarem políticas mais rigorosas para garantir a distribuição justa dos ganhos entre os artistas.

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