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Robbie Robertson abre o jogo: vícios, bastidores de cinema e conflitos em suas memórias

O músico e compositor Robbie Robertson, conhecido por seu trabalho à frente do grupo The Band e por colaborações com o cineasta Martin Scorsese, deixa um legado traduzido em seu novo livro de memórias, intitulado Insomnia, com lançamento previsto para 11 de novembro de 2025.

Na obra, Robertson revisita décadas de vida criativa, diversão frenética, colaborações memoráveis e confrontos internos — e de todo esse percurso emergem lições tanto sobre arte quanto sobre existência. Veja abaixo alguns dos temas mais marcantes que o livro traz, e o que podemos aprender com eles:

Excesso e vulnerabilidade

Robertson não omite os momentos de excessos: festas, drogas e comportamentos de risco aparecem como parte da paisagem de uma era que misturava êxtase criativo e desgaste pessoal. Ele conta ainda como, em períodos de mudança — especialmente ao deixar o The Band — enfrentou crises emocionais ao ver sua carreira e identidade desmoronarem parcialmente. A lição: o sucesso e a criação artística muitas vezes caminham lado a lado de fragilidades, e encarar isso com honestidade gera obras mais profundas.

A arte como refúgio e como palco de confronto

Desde sua infância na reserva Six Nations até a estrada com Bob Dylan e a formação do The Band, Robertson descreve como a música funcionou simultaneamente como salvação e campo de batalha. Ele lembra que criar é “chegar ao desconhecido” — e que a arte exige tanto coragem para se expor quanto disciplina para suportar o peso dessa exposição.

Cinema, música e amizade criativa

Uma parte central de Insomnia foca na ligação com Martin Scorsese — reunindo arte, filmes e rock’n’roll em prol de obras duradouras. Robertson relata que essa parceria foi marcada por festas, viagens, rascunhos musicais e apostas estéticas que pareciam insanas no momento, mas que se tornaram influentes culturalmente. A aprendizagem aqui: as “colaborações radicais” e os riscos assumidos podem levar a resultados que transcendem o tempo.

Conflito, fim de ciclo e reconexão

Robertson também reflete sobre o fim do The Band — suas disputas internas, o peso da fama, o esgotamento — e como, ao término dessa fase, ele precisou reaprender quem era fora daquele contexto. Essa parte da narrativa mostra que desconstruir algo que deu certo não significa fracasso, mas pode ser uma porta para reinvenção.

Legado, identidade e transcendência

No novo livro, o músico emerge como alguém que se reconectou com sua origem indígena e olha para sua trajetória como parte de uma história maior — da música, da cultura, da própria vida. Ao fazer isso, ele demonstra que legado artístico não é só sobre hits ou discos, mas sobre como essas obras refletem vidas que tinham algo urgente a dizer.

Robertson oferece, portanto, mais do que um relato de bastidores: ele propõe reflexões sobre como lidar com fama, excesso, criação e amadurecimento. É um convite para que o leitor — fã ou não — considere o que significa criar, errar, reconstruir e deixar algo para além de si.

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