General preso por suspeita de planejar atentados solicita autorização para realizar o Enem
O general da reserva que está preso preventivamente por suspeita de envolvimento em um plano de atentado contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro Alexandre de Moraes pediu autorização à Justiça para realizar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) dentro do presídio. A solicitação foi encaminhada pela defesa, que argumenta que o direito ao estudo deve ser preservado, independentemente da condição do detento.
Caso que levou à prisão
O militar foi detido após investigações apontarem sua participação em articulações consideradas golpistas, que teriam como objetivo desestabilizar o governo e atingir autoridades dos Poderes Executivo e Judiciário. Segundo os autos do processo, o general teria mantido conversas e trocado mensagens com envolvidos no planejamento de ações violentas, sobretudo após o resultado das eleições que reconduziram Lula ao Planalto.
Dentro das investigações, foram descritos encontros e diálogos em que se discutia a possibilidade de atacar figuras centrais do governo e instituições democráticas. A prisão preventiva foi decretada para impedir risco de fuga e potenciais novas articulações. O caso ainda está em andamento, com coleta de depoimentos, perícia de dispositivos eletrônicos e desdobramentos jurídicos contínuos.
Pedido para prestar o exame
A defesa do general afirma que ele tem interesse em ingressar em um curso superior e que, portanto, seria necessário garantir sua participação no Enem. O pedido se baseia no direito constitucional à educação e em normativas que asseguram a presos o acesso a exames e programas educacionais, desde que seja possível garantir segurança e logística adequada.
Para que o exame seja realizado, é necessário que a administração do presídio e o poder judiciário definam condições específicas. Em casos semelhantes, o procedimento costuma incluir:
- Sala isolada e monitorada;
- Fiscalização exclusiva para o candidato;
- Entrega e recolhimento controlado dos materiais de prova;
- Restrições a qualquer forma de comunicação externa.
A solicitação ainda será analisada pelo juiz responsável pelo caso, que deverá decidir se o pedido é compatível com o regime de segurança atual do presídio.
Reações ao pedido
A solicitação gerou debate. Para apoiadores e membros das Forças Armadas, o pedido reforça que direitos individuais não devem ser violados durante a detenção. Já opositores defendem que a prioridade deveria ser o andamento do processo e lembram o teor das acusações, consideradas graves por envolver ameaça à integridade das instituições democráticas.
No meio jurídico, há entendimento de que o exame pode ser autorizado, desde que cumpridos todos os requisitos de segurança. A legislação brasileira prevê que detentos têm direito a programas educacionais, e o Enem já é aplicado anualmente em diversas unidades prisionais do país.
Próximos passos
A decisão deverá ser anunciada nos próximos dias. Caso o pedido seja aceito, o general poderá fazer a prova nas datas oficiais do exame, dentro da unidade prisional em que se encontra. Se for negado, a defesa poderá recorrer a instâncias superiores, alegando cerceamento ao direito à educação.
Enquanto isso, o processo principal segue avançando para a fase de instrução, momento em que novas provas e depoimentos serão avaliados. O caso permanece como um dos mais sensíveis no contexto pós-eleições, refletindo os impactos políticos e jurídicos dos atos que contestaram o resultado eleitoral e colocaram à prova a estabilidade institucional do país.

