Ailton Krenak assina curadoria de mostra sobre a Terra em Belém
O pensador indígena, escritor, filósofo e ativista socioambiental Ailton Krenak foi convidado como curador da exposição “Você Já Escutou a Terra?”, que estreia no dia 25 de outubro de 2025 no Museu do Estado do Pará (MEP), em Belém‑PA. A mostra será realizada em parceria com o Museu da Pessoa e tem também a historiadora Karen Worcman como curadora associada.
Sobre a exposição
Intitulada Você Já Escutou a Terra?, a mostra propõe uma reflexão sensível sobre nossa relação com o planeta, entendendo a Terra de forma biocêntrica — ou seja, reconhecendo que todas as formas de vida têm valor e que os seres humanos fazem parte de uma teia maior.
A visitação será gratuita, de terça a domingo, das 9h às 17h, no Palácio Lauro Sodré, Cidade Velha, Belém. O período da exposição vai de 25 de outubro de 2025 até 1º de fevereiro de 2026.
O papel de Ailton Krenak
Krenak atua como curador da mostra junto com Karen Worcman e declara que a proposta é abrir o pensamento para o movimento biocêntrico, entendendo por que os povos originários são tão ligados aos seus lugares de origem.
Ele destaca que não se trata apenas de arte ou museologia tradicional, mas de uma experiência que integra passado, presente e futuro — olhando para os impactos ambientais, para as comunidades tradicionais e para os modos de vida que sustentam nosso planeta.
Elementos marcantes da mostra
- A estrutura da exposição está dividida em quatro módulos interligados: “Cabine Manto”, “O Manto”, “Rios de Memória” e “Fala, Museu da Pessoa”.
- “O Manto” é destaque: confeccionado com resíduos e tecidos coletados de diferentes regiões do Brasil, essa peça imersiva simboliza a crosta terrestre e a interconexão entre formas de vida e meio ambiente.
- A mostra também terá versão digital, com mais de 50 histórias de vida coletadas nos seis biomas brasileiros, bastidores e materiais educativos.
Relevância
A curadoria de Ailton Krenak confere à exposição uma profundidade que vai além da estética: é uma chamada à consciência coletiva sobre nossa posição no planeta. Em tempos de crise ambiental e mudanças climáticas, a iniciativa revela-se uma reflexão necessária para o público do Norte do Brasil — especialmente considerando a importância da Amazônia e dos povos tradicionais na discussão global sobre o meio ambiente.

