Novo marco legal reforça instrumentos de repressão ao crime organizado e amplia poderes de investigação
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou nesta quinta-feira a nova lei que fortalece o combate ao crime organizado no Brasil. A medida, que havia sido aprovada pelo Congresso Nacional após intenso debate, estabelece regras mais rigorosas para a atuação das forças de segurança, amplia o alcance das investigações e endurece as penas para integrantes de organizações criminosas.
O texto sancionado pelo presidente cria um conjunto de mecanismos destinados a enfrentar facções e grupos armados que atuam em diversos estados do país, especialmente nas regiões Norte e Sudeste. Entre as principais alterações, estão o aumento de penas para crimes ligados à lavagem de dinheiro, tráfico de armas e corrupção, além da ampliação do uso de tecnologias de rastreamento e monitoramento eletrônico em investigações complexas.
Lula destacou que o objetivo da nova legislação é modernizar a estrutura do Estado para combater organizações criminosas que se tornaram mais sofisticadas nos últimos anos. Segundo ele, o avanço dessas facções representa uma ameaça direta à segurança pública e à democracia, exigindo uma resposta firme e coordenada entre União, estados e municípios.
A lei também reforça o papel da Polícia Federal e do Ministério Público na cooperação entre órgãos de segurança, permitindo a criação de forças-tarefa permanentes voltadas para o desmantelamento de redes criminosas com atuação interestadual e internacional. Além disso, a nova norma autoriza o uso ampliado de delações premiadas e acordos de colaboração, desde que respeitados os limites legais e supervisionados pelo Judiciário.
Outro ponto central do texto é a destinação de recursos provenientes de bens apreendidos de facções criminosas para o fortalecimento de políticas públicas de segurança e inteligência. O governo pretende utilizar parte desses valores para financiar operações integradas, compra de equipamentos e capacitação de agentes.
Durante a cerimônia de sanção, realizada no Palácio do Planalto, Lula ressaltou que o enfrentamento ao crime organizado deve ser feito com firmeza, mas também com responsabilidade social. O presidente destacou a importância de investir em políticas de prevenção, educação e oportunidades econômicas, de modo a impedir que jovens sejam cooptados por organizações criminosas.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou que a nova lei representa um avanço histórico no combate à criminalidade estruturada. Segundo ele, a legislação dá mais autonomia e ferramentas às instituições para atingir a base financeira das facções, enfraquecendo sua capacidade de atuação e expansão.
Governadores de vários estados, inclusive aqueles que enfrentam altos índices de violência, manifestaram apoio à medida. Eles consideram que a nova legislação poderá melhorar a integração entre os sistemas de segurança e facilitar a execução de operações conjuntas de grande porte.
Especialistas em segurança pública avaliam que o impacto da nova lei dependerá da efetiva aplicação dos mecanismos criados. Para eles, é fundamental que os recursos arrecadados sejam bem administrados e que as forças de segurança recebam treinamento contínuo para lidar com a complexidade das organizações criminosas.
Ao encerrar seu discurso, Lula reafirmou o compromisso de seu governo com o fortalecimento do Estado de Direito e com a defesa da população diante da escalada de violência. Ele disse que o Brasil não pode permitir que facções armadas ditem as regras em comunidades ou interfiram na vida de cidadãos inocentes, e que o novo marco legal é um passo decisivo para retomar o controle do território e restabelecer a paz nas regiões mais afetadas pela criminalidade.

