Cotação do petróleo avança após queda nos estoques norte-americanos e reforça otimismo no mercado energético
O preço do petróleo encerrou o pregão desta quinta-feira em alta, impulsionado pela divulgação de novos dados que apontaram uma redução significativa nos estoques dos Estados Unidos. O movimento reacendeu o otimismo entre investidores e sinalizou uma possível retomada da demanda global por combustíveis, após semanas de volatilidade causada por preocupações geopolíticas e sinais mistos sobre a economia mundial.
De acordo com o relatório semanal divulgado pela Administração de Informação de Energia (EIA, na sigla em inglês), os estoques de petróleo bruto norte-americano recuaram mais do que o esperado pelos analistas, indicando que o consumo interno vem se mantendo aquecido. Essa queda nas reservas foi interpretada como um indício de equilíbrio entre oferta e demanda, o que deu suporte à valorização das cotações nas principais bolsas de commodities.
O barril do Brent, referência global negociada em Londres, registrou alta próxima de 2%, ultrapassando novamente a faixa dos 90 dólares, enquanto o WTI, referência nos Estados Unidos, subiu em torno de 1,8%, aproximando-se de 85 dólares. A valorização refletiu tanto os fundamentos de curto prazo quanto o otimismo do mercado em relação ao comportamento do consumo nos meses finais do ano.
Analistas do setor destacaram que a retração dos estoques ocorreu em um momento de redução das exportações de alguns grandes produtores, como Arábia Saudita e Rússia, que mantêm cortes voluntários de produção acordados no âmbito da Opep+. Essa combinação de fatores limitou a oferta global e ampliou a percepção de que o equilíbrio de preços pode se sustentar por mais tempo.
Outro ponto que contribuiu para o avanço das cotações foi a melhora nas projeções de crescimento econômico nos Estados Unidos e na China, dois dos maiores consumidores de energia do planeta. A recuperação gradual da atividade industrial chinesa e os dados positivos do mercado de trabalho norte-americano indicam uma possível retomada na demanda por petróleo e derivados, especialmente no setor de transportes.
No entanto, apesar da alta, especialistas alertam que o cenário ainda é de cautela. Tensões no Oriente Médio, possíveis sanções a produtores e o comportamento das taxas de juros nos EUA continuam sendo fatores de risco para o equilíbrio do mercado. Um eventual aumento da produção norte-americana ou desaceleração global poderia voltar a pressionar os preços nas próximas semanas.
O relatório também mostrou que as reservas de gasolina e de destilados, como o diesel, caíram de forma moderada, refletindo a continuidade do consumo robusto, mesmo com os preços mais altos nas bombas. O desempenho reforça a avaliação de que a economia norte-americana ainda mantém resiliência diante de juros elevados e inflação persistente.
Empresas de energia listadas em bolsas internacionais também se beneficiaram do movimento de alta. As ações de grandes petroleiras, como ExxonMobil, Chevron e Shell, registraram ganhos expressivos, acompanhando a tendência positiva do barril e fortalecendo o setor de energia entre os mais valorizados do dia.
Para os próximos meses, analistas esperam que a cotação do petróleo mantenha um patamar de relativa estabilidade, oscilando entre 85 e 95 dólares por barril, caso não haja surpresas geopolíticas. A continuidade dos cortes na produção, aliada à demanda firme nos principais mercados, deve manter o equilíbrio entre oferta e consumo global.
Com o encerramento do trimestre se aproximando, investidores permanecem atentos às sinalizações da Opep+ sobre eventuais ajustes na política de produção. A percepção predominante no mercado é de que o grupo deve manter sua postura conservadora, priorizando a sustentação dos preços e evitando excesso de oferta. O fechamento positivo desta quinta-feira reforça, assim, o sentimento de confiança de que o setor energético continuará desempenhando papel estratégico na recuperação econômica global.

