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Jovem público é foco: diretor de O Agente Secreto mira estudantes para cinema brasileiro

O longa‑metragem O Agente Secreto, dirigido por Kleber Mendonça Filho, tem estreia nacional prevista para 6 de novembro de 2025. Além de buscar reconhecimento internacional, o cineasta expressou um desejo claro: que o filme seja descoberto por um público jovem, sobretudo estudantes.

O filme, que já acumula prêmios — incluindo melhor direção e melhor ator para Wagner Moura no Festival de Cannes — e está indicado aos Gotham Film Awards nas categorias de roteiro original e melhor atuação, também mira a conquista do público interno.

O que o diretor pretende

Kleber destacou que, embora ambicione sucesso em festivais e premiações, seu “maior objetivo” é levar o longa aos cinemas brasileiros, com especial atenção à juventude. “Quero que o filme seja visto por um público grande no Brasil, mas tenho um desejo muito especial de que ele seja descoberto por gente muito jovem — como estudantes, meninos e meninas — que vejam um filme brasileiro que conta a história brasileira”, afirmou.
Ele ressaltou que para muitos jovens, temas como o período da ditadura militar ainda são pouco conhecidos ou pouco vivenciados diretamente. “Saí de uma sessão em Recife e vi duas meninas muito jovens que disseram que não sabiam que o regime militar tinha sido tão ruim daquele jeito.”

Tema e contexto do filme

O Agente Secreto narra a história de Marcelo (Wagner Moura), que retorna a Recife, fugindo de um passado misterioso e buscando seu filho. A trama se desenrola no início da década de 1970, durante o regime militar brasileiro, e aborda memória, vigilância, repressão e os efeitos persistentes desse período na sociedade.
Segundo o diretor, o Brasil é “um país que tem algumas questões com memória, é um país que tende a esquecer de muita coisa. Acho que o cinema é um instrumento muito bom… mas ele também pode ter uma carga de informação de verdade sobre o lugar onde a gente mora”.

Por que mirar os jovens?

  • Trazer consciência histórica: O filme busca provocar nos jovens — que não vivenciaram diretamente aquele período histórico — o reconhecimento de aspectos da ditadura que talvez desconheçam.
  • Amplificar o alcance do cinema nacional: Ao atingir um público jovem, o diretor espera que o filme não fique restrito ao circuito festival → crítica, mas chegue ao público em grandes salas.
  • Alavancar a cultura cinematográfica brasileira: Incentivar alunos e jovens a verem e debaterem produções nacionais contemporâneas que tratam de histórias importantes do país.

Impactos esperados

Se a missão for bem‑sucedida, O Agente Secreto pode oferecer mais do que entretenimento: atuar como ferramenta pedagógica e de reflexão histórica, além de fortalecer o mercado de filmes nacionais entre os jovens.
A estratégia de lançamento e comunicação será essencial para que essa descoberta por estudantes e jovens ocorra de fato.

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