Aquecimento global leva corais a “extinção funcional”; entenda o impacto
O aquecimento dos oceanos está provocando um fenômeno alarmante: os recifes de corais estão sendo considerados “funcionalmente extintos”. Isso significa que, embora os corais ainda existam fisicamente, perderam sua capacidade de desempenhar funções ecológicas essenciais, como fornecer habitat para diversas espécies marinhas e proteger as costas contra erosões e tempestades.
Estudos recentes indicam que, entre 2023 e 2025, 84% dos recifes de corais do mundo foram afetados por estresse térmico, resultando em eventos de branqueamento massivo. Esse processo ocorre quando os corais, expostos a temperaturas elevadas, expeliram as algas simbióticas chamadas zooxantelas, responsáveis pela sua nutrição e coloração vibrante. Sem essas algas, os corais ficam vulneráveis e podem morrer se as condições não melhorarem rapidamente.
A situação é ainda mais crítica em locais como a Flórida, nos Estados Unidos, onde os recifes sofreram com temperaturas anormais da água do mar. Em algumas áreas, os corais não apresentam mais sinais de recuperação, mesmo após meses de estabilização térmica.
Especialistas alertam que, se o aquecimento global continuar sem controle, os recifes de corais podem desaparecer quase por completo até o final deste século. Isso representaria uma perda irreparável para a biodiversidade marinha e para as comunidades humanas que dependem desses ecossistemas para alimentação, turismo e proteção costeira.
A situação atual dos corais é considerada um dos primeiros “pontos de inflexão” do planeta, indicando que já ultrapassamos limites críticos para a preservação de ecossistemas essenciais. Sem ações urgentes para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e proteger os recifes de ameaças locais, como poluição e pesca predatória, a extinção funcional dos corais pode se tornar irreversível.

