Economia

Pipo Calazans, da DM9, reflete sobre Cannes: “Crises são oportunidades de evolução”

Durante sua participação no Festival de Cannes Lions, o publicitário Pipo Calazans, CEO da agência DM9, destacou como os períodos de instabilidade e mudança podem servir de impulso para o avanço criativo e estratégico das marcas. Em um momento em que o mercado publicitário global atravessa transformações profundas, Calazans defendeu que as crises são também momentos de renovação e de redefinição de propósito dentro da indústria da comunicação.


O impacto da reinvenção no mercado criativo

Segundo o executivo, o setor de publicidade vive um novo ciclo, marcado por mudanças de comportamento do público, novas plataformas digitais e a influência crescente da inteligência artificial na criação. Para ele, esse cenário exige adaptação constante, mas também oferece chances únicas de crescimento para quem souber ler o momento e agir com criatividade.

Calazans ressaltou que as marcas que se mantêm relevantes são aquelas que entendem as crises não apenas como desafios, mas como momentos de reflexão sobre sua função social e sua conexão com as pessoas. Ele destacou que o público de hoje busca autenticidade, empatia e posicionamento — valores que exigem mais do que campanhas bonitas: pedem coerência entre discurso e prática.


Cannes e o papel da criatividade em tempos difíceis

Em sua avaliação, o Festival de Cannes Lions, principal evento global da publicidade, mostrou em 2025 uma indústria menos deslumbrada com prêmios e mais preocupada com impacto real. Para ele, essa é uma mudança positiva. O novo olhar sobre a comunicação valoriza propósitos claros, inovação tecnológica e narrativas humanas.

Calazans observou que a criatividade deixou de ser um fim em si mesma e passou a ser vista como ferramenta de transformação, tanto para empresas quanto para a sociedade. “A publicidade precisa entender seu papel de gerar valor real, não apenas visibilidade. Crises nos forçam a repensar isso”, afirmou o executivo.


O desafio da DM9 e o futuro da propaganda brasileira

À frente da DM9, uma das agências mais tradicionais do país, Pipo Calazans tem buscado modernizar o modelo de atuação, ampliando a presença digital e adotando novas formas de medir resultados. Ele defende que o mercado brasileiro ainda tem enorme potencial criativo, mas precisa aprender a se posicionar globalmente, levando suas ideias e talentos para além das fronteiras nacionais.

O executivo acredita que o futuro da publicidade depende de três pilares: tecnologia, propósito e diversidade. Para ele, as agências que abraçarem esses elementos sairão fortalecidas, não apenas após a crise, mas como líderes de uma nova era da comunicação.


A mensagem central

Ao encerrar sua reflexão, Calazans reforçou que o sucesso no mundo da propaganda — assim como em qualquer outro setor — está na capacidade de transformar adversidades em aprendizado. Crises, segundo ele, revelam o que precisa ser ajustado, aceleram decisões e obrigam líderes e marcas a olharem para o essencial.

“Quando tudo parece instável, é ali que nascem as ideias mais poderosas. A criatividade não floresce no conforto, mas no desafio”, resumiu o publicitário.

A fala de Pipo Calazans reflete um sentimento crescente no mercado: a percepção de que o futuro da comunicação está nas mãos de quem enxerga as crises como gatilhos de evolução, não como ameaças.

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