Inflação desacelera e fica em 0,18% em outubro, mesmo com alta nos combustíveis
A prévia da inflação oficial do país mostrou nova desaceleração em outubro, registrando alta de 0,18%, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15). Apesar do avanço dos combustíveis e da energia elétrica, o resultado ficou abaixo do esperado pelo mercado, indicando que a pressão inflacionária segue sob controle.
Energia e combustíveis puxam alta, mas outros itens aliviam
Os combustíveis voltaram a pesar no bolso do consumidor — principalmente gasolina e etanol, que tiveram reajustes recentes nas refinarias. A energia elétrica residencial também apresentou variação positiva, refletindo mudanças em tarifas de algumas regiões do país.
Mesmo assim, o impacto desses aumentos foi compensado pela queda nos preços dos alimentos, especialmente das hortaliças, frutas e produtos in natura. O grupo de alimentação e bebidas, que tem grande peso no índice, ajudou a frear o avanço da inflação, puxado pela redução dos preços do tomate, batata, cebola e carne bovina.
Outros setores também apresentaram comportamento moderado. O vestuário teve leve alta com a chegada da nova coleção de primavera, mas os preços de serviços e bens duráveis mostraram estabilidade, o que contribuiu para o índice mais baixo no mês.
Inflação acumulada
Com o resultado de outubro, o IPCA-15 acumula alta de 3,5% nos últimos 12 meses, permanecendo dentro da meta estipulada pelo Banco Central, que é de 3% com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
No acumulado do ano, a variação é de 3,15%, o que reforça a trajetória de desaceleração dos preços vista desde o segundo semestre de 2023.
Regiões com maiores variações
Entre as regiões pesquisadas, Brasília, São Paulo e Belo Horizonte tiveram os maiores aumentos mensais, impulsionados pela energia e transporte. Já Belém e Recife apresentaram variações menores, graças à queda mais acentuada nos preços de alimentos.
Perspectivas
Economistas avaliam que o cenário de inflação controlada deve continuar até o fim do ano, embora fatores externos, como o preço internacional do petróleo e o comportamento do dólar, ainda representem riscos.
O resultado de outubro reforça a expectativa de que o Banco Central mantenha a trajetória de redução gradual da taxa Selic, estimulando a retomada do consumo e o aquecimento da economia.
Em síntese, mesmo com os combustíveis em alta, a inflação mostrou fôlego para desacelerar, refletindo um equilíbrio entre setores e um ambiente econômico mais estável para o consumidor brasileiro.

