Prévia da inflação desacelera em outubro e fecha em 0,18%, mesmo com aumento nos combustíveis
A prévia da inflação de outubro apresentou uma alta de 0,18%, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), que serve como termômetro para o comportamento dos preços antes da divulgação oficial do índice mensal. Apesar da alta registrada nos combustíveis, o resultado mostra desaceleração em relação a setembro, quando a variação havia sido de 0,35%.
Combustíveis pressionam, mas alimentos e energia aliviam
Os preços dos combustíveis continuam sendo um dos principais fatores de pressão no custo de vida. A gasolina e o etanol registraram aumentos expressivos, acompanhando o movimento de alta do petróleo no mercado internacional e os reajustes nas refinarias. O diesel também subiu, influenciando o frete e, indiretamente, o preço de alguns produtos transportados por rodovias.
Por outro lado, o grupo de alimentação e bebidas, que tem forte peso no orçamento das famílias, apresentou uma leve queda, com destaque para recuos nos preços de hortaliças, carnes e produtos industrializados. A redução nos custos de energia elétrica em algumas regiões e o recuo das passagens aéreas também ajudaram a segurar o índice geral.
Comportamento dos grupos
Entre os nove grupos pesquisados pelo IPCA-15, cinco tiveram alta em outubro, enquanto quatro registraram queda. O grupo de transportes foi o maior vilão da vez, com avanço médio de 0,8%, puxado pelo combustível. Já alimentação e habitação foram os principais responsáveis pela desaceleração, apresentando variações negativas que compensaram parte do aumento em outras categorias.
Expectativas e impacto econômico
A desaceleração da prévia da inflação é vista como um sinal positivo pelo mercado e pelo Banco Central. Mesmo com o impacto dos combustíveis, o resultado sugere que o processo de controle inflacionário segue em andamento, o que pode abrir espaço para novos cortes na taxa de juros até o fim do ano.
No entanto, analistas alertam que o comportamento dos preços internacionais do petróleo e a cotação do dólar podem voltar a exercer pressão sobre o índice nos próximos meses. Além disso, fatores sazonais, como aumento da demanda no fim do ano e eventos climáticos que afetam a produção agrícola, ainda podem influenciar o cenário inflacionário.
Perspectivas para os próximos meses
A tendência para novembro é de leve aceleração, impulsionada pelos combustíveis e pelo início das compras de fim de ano. Mesmo assim, a expectativa é que a inflação encerre 2025 dentro da meta estipulada pelo governo, refletindo a combinação entre política monetária mais cautelosa, controle de preços administrados e estabilidade no câmbio.
Com a prévia de outubro mostrando fôlego controlado, o cenário econômico brasileiro segue em trajetória de ajuste gradual. A manutenção da inflação sob controle continua sendo um dos principais desafios para o país garantir poder de compra, previsibilidade e estabilidade no crescimento nos próximos trimestres.

