Politica

Levantamento da AtlasIntel mostra equilíbrio entre aprovação e rejeição de Lula, com ligeira vantagem positiva ao presidente

A mais recente pesquisa divulgada pela AtlasIntel revela um cenário político de equilíbrio e polarização em torno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. De acordo com o levantamento, 51,2% dos brasileiros afirmam aprovar a atuação do chefe do Executivo, enquanto 48,1% demonstram desaprovação. Os números mostram que, mesmo diante de um ambiente político ainda marcado por tensões e desafios econômicos, o presidente mantém um desempenho estável e uma base sólida de apoio popular.

O resultado demonstra que o governo Lula ainda goza de respaldo significativo, especialmente entre os eleitores que priorizam políticas sociais e valorizam o retorno de programas de transferência de renda e investimentos públicos. No entanto, a pesquisa também indica um nível elevado de resistência por parte de segmentos mais críticos ao governo, sobretudo entre empresários e eleitores que se alinham ao campo conservador.

A AtlasIntel destacou que a margem de diferença entre aprovação e desaprovação é estreita, refletindo o grau de divisão política existente no país desde o pleito de 2022. Esse cenário reforça a ideia de que Lula governa um Brasil fragmentado, no qual cada decisão é analisada sob a ótica ideológica de grupos que permanecem altamente polarizados.

Segundo o levantamento, a maior taxa de aprovação do presidente se concentra nas regiões Nordeste e Norte, onde políticas sociais como o Bolsa Família e o reajuste do salário mínimo têm impacto mais direto sobre a população. Já no Sul e no Centro-Oeste, os índices de desaprovação são mais expressivos, impulsionados por preocupações com inflação, carga tributária e gestão fiscal.

Entre os entrevistados com maior escolaridade e renda, a desaprovação tende a ser mais alta, o que reforça um padrão histórico observado em outras pesquisas: o apoio a Lula é mais robusto entre as camadas populares e urbanas que dependem de políticas de redistribuição de renda e investimento público. Ainda assim, o presidente conseguiu recuperar parte da confiança de eleitores de classe média que haviam se afastado durante o ciclo de crise política e econômica da década passada.

A pesquisa também analisou a percepção sobre o desempenho de Lula em áreas específicas. Na economia, 47% dos entrevistados consideram que o governo está indo na direção correta, enquanto 49% avaliam que as medidas adotadas ainda são insuficientes para estimular o crescimento e reduzir o custo de vida. Na área da segurança pública, o índice de insatisfação é mais elevado, refletindo as preocupações com a violência urbana e a sensação de insegurança em grandes cidades.

Em relação à política externa, a avaliação tende a ser mais positiva. A postura de Lula em busca de um protagonismo internacional, aliada à tentativa de reforçar laços diplomáticos com países da América Latina, África e Europa, tem sido bem recebida por uma parte do eleitorado que enxerga na diplomacia um instrumento de fortalecimento da imagem do Brasil no exterior.

Analistas políticos interpretam o resultado como um sinal de resiliência do governo em meio a um ambiente econômico complexo e a um Congresso Nacional com pautas frequentemente divergentes das prioridades do Executivo. A aprovação majoritária, embora apertada, reforça a ideia de que Lula mantém um capital político suficiente para continuar negociando e conduzindo reformas estruturais, ainda que com dificuldades.

O levantamento também indica que, entre os eleitores que votaram em Jair Bolsonaro, a rejeição ao atual governo continua acima de 90%, o que demonstra que a polarização política ainda se mantém viva. Já entre os que apoiaram Lula no segundo turno, a aprovação supera 80%, mostrando que o núcleo fiel do petista permanece coeso e disposto a defendê-lo diante das críticas.

O estudo foi realizado em meio a um contexto de disputas parlamentares e discussões sobre o equilíbrio fiscal do país. O governo busca consolidar medidas que estimulem o crescimento econômico sem comprometer a responsabilidade nas contas públicas, ao mesmo tempo em que tenta ampliar programas sociais e investimentos em infraestrutura.

Em síntese, os dados da AtlasIntel indicam que Lula atravessa um momento de estabilidade política, mas com desafios evidentes. A ligeira vantagem na aprovação mostra que o presidente ainda conta com uma base social que acredita em seu projeto, embora enfrente resistência crescente entre os setores que cobram resultados mais concretos na economia e na segurança.

Com o país ainda dividido e o cenário eleitoral de 2026 começando a se delinear, os números reforçam que Lula permanece como uma figura central na política brasileira. Sua aprovação, ainda que moderada, demonstra a força de sua imagem entre os eleitores e o desafio de manter o equilíbrio entre governabilidade e popularidade em um Brasil cada vez mais polarizado.

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