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Levantamento da Apex/Futura revela desaprovação de Lula acima de 50% e aprovação próxima de 40%

Uma nova pesquisa realizada pela Apex/Futura apontou que a avaliação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta um momento de desgaste significativo. Segundo os dados divulgados, 53,8% dos entrevistados afirmaram desaprovar a gestão atual, enquanto 40,7% disseram aprová-la. Os números evidenciam um cenário de divisão na opinião pública e indicam desafios crescentes para o governo em áreas como economia, segurança pública e comunicação política.

A pesquisa, realizada em todo o território nacional, avaliou a percepção dos brasileiros sobre o desempenho de Lula em seu terceiro mandato. O levantamento mostra que, embora ainda mantenha uma base de apoio sólida, especialmente nas regiões Nordeste e Norte, o presidente perdeu força em segmentos que haviam sido essenciais para sua vitória nas urnas, como o eleitorado de renda média e os jovens de centros urbanos.

De acordo com o estudo, o principal foco de insatisfação está relacionado à situação econômica do país. A alta dos preços, a lentidão na geração de empregos formais e o custo de vida elevado têm impactado diretamente a avaliação do governo. Muitos entrevistados também apontaram a percepção de que o governo tem dificuldades para entregar resultados concretos em áreas como infraestrutura e segurança.

Apesar das críticas, a pesquisa revela que Lula ainda conserva apoio expressivo em setores que tradicionalmente sustentam o seu projeto político. A aprovação mais alta foi registrada no Nordeste, onde o governo é visto como mais próximo da população e onde programas sociais continuam a desempenhar um papel central na percepção positiva do presidente.

Outro ponto de destaque é a diferença de avaliação entre grupos etários. Entre os eleitores mais jovens, de 16 a 24 anos, a aprovação do governo é menor, refletindo uma tendência de distanciamento político dessa faixa etária em relação a lideranças tradicionais. Já entre os mais velhos, sobretudo acima dos 50 anos, o índice de aprovação é ligeiramente superior, sustentado por uma memória positiva dos mandatos anteriores do petista.

Na análise por gênero, o levantamento mostra um equilíbrio. Mulheres e homens apresentam índices semelhantes de aprovação e desaprovação, embora as mulheres tendam a avaliar a condução da economia de forma mais crítica. No recorte por renda, o contraste é mais acentuado: entre os que ganham até dois salários mínimos, a aprovação supera os 50%, mas cai drasticamente entre os que recebem acima de cinco salários mínimos.

Analistas políticos interpretam os resultados como um alerta para o governo. A desaprovação acima de 50% indica que parte do eleitorado que apoiou Lula pode estar frustrada com o ritmo das políticas públicas ou com a percepção de lentidão nas reformas prometidas. A comunicação do governo também foi apontada como um ponto sensível, com críticas sobre a dificuldade em transmitir conquistas e ações positivas de maneira eficaz à população.

Mesmo com os números desfavoráveis, integrantes do governo avaliam que há espaço para recuperação, especialmente se os indicadores econômicos melhorarem nos próximos meses. A aposta principal está na queda gradual da inflação e em novas medidas de estímulo ao consumo popular, que podem devolver confiança a setores descontentes.

O levantamento da Apex/Futura reforça, no entanto, que o ambiente político permanece polarizado. A oposição tem se aproveitado da queda nos índices de aprovação para intensificar críticas e mobilizar suas bases. Ainda assim, o presidente mantém um núcleo de apoio consistente, o que garante estabilidade política no curto prazo, mas acende o alerta para a necessidade de ajustes estratégicos de médio e longo prazo.

Com a aproximação de novos desafios no Congresso e a preparação para as eleições municipais, o Palácio do Planalto observa com atenção o impacto desses números sobre sua base aliada. O desempenho nas urnas dos partidos próximos ao governo pode servir como termômetro da popularidade de Lula e do nível de confiança do eleitorado nas políticas implementadas até o momento.

O cenário delineado pela pesquisa confirma que o presidente segue sendo uma figura central no debate político nacional, mas enfrenta um país dividido em suas percepções. A manutenção de sua base e a reconquista de parte do eleitorado que se mostra insatisfeito serão determinantes para definir o rumo do governo e o equilíbrio de forças no cenário político brasileiro.

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