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De olho em 2026, Macêdo anuncia saída do ministério para preparar retorno às urnas

O ministro das Cidades, Jader Filho Macêdo, confirmou oficialmente sua saída do cargo com o objetivo de se dedicar à construção de sua candidatura para as eleições de 2026. A decisão, segundo aliados, vinha sendo amadurecida há meses e reflete uma estratégia política voltada para fortalecer sua presença regional e ampliar seu capital eleitoral.

Macêdo, que ganhou destaque dentro do governo por sua atuação em projetos de infraestrutura urbana e habitação popular, comunicou sua decisão ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva em uma reunião reservada no Palácio do Planalto. O encontro foi descrito como cordial, e o ministro teria reafirmado sua lealdade ao governo, ao mesmo tempo em que destacou a importância de retomar sua trajetória política nas bases eleitorais.

A saída ocorre em um momento de intensa movimentação política dentro da Esplanada dos Ministérios. Diversos auxiliares do governo começam a deixar seus cargos para atender às exigências legais de desincompatibilização antes das eleições municipais e gerais. No caso de Macêdo, o foco é a disputa por um cargo majoritário, possivelmente o governo de seu estado natal, onde vem consolidando apoios tanto no campo progressista quanto entre lideranças locais independentes.

Durante sua passagem pelo Ministério das Cidades, Macêdo foi responsável pela retomada de programas de habitação popular, ampliação de obras de saneamento básico e reformulação de políticas de mobilidade urbana. Sua gestão foi marcada por tentativas de equilibrar demandas de prefeitos e governadores, além de buscar novos mecanismos de financiamento para projetos urbanos de médio porte.

A equipe ministerial destacou, em nota, que Macêdo deixa um legado de eficiência administrativa e articulação política, tendo contribuído para reaproximar o governo federal das administrações municipais. O ex-ministro teria inclusive recomendado a continuidade de projetos em andamento, especialmente aqueles ligados ao programa Minha Casa, Minha Vida, que passa por nova fase de expansão.

Aliados afirmam que a decisão de deixar o cargo tem também caráter estratégico: o ministro pretende intensificar sua presença em eventos regionais, viagens ao interior e reuniões com lideranças locais. O objetivo é fortalecer sua imagem como gestor eficiente e político próximo das demandas populares, em contraposição a adversários que mantêm discurso mais distante da realidade municipal.

Internamente, a saída de Macêdo gerou movimentação no governo. Lula ainda não confirmou quem assumirá o comando do Ministério das Cidades, mas nomes ligados ao partido do ex-ministro e ao núcleo político do Palácio do Planalto já estão sendo cotados. A escolha será estratégica, pois envolve articulações com a base aliada e a manutenção de equilíbrio entre as legendas que compõem a coalizão.

A decisão de Macêdo também acende discussões sobre o futuro do grupo político ao qual pertence. Alguns observadores avaliam que ele tenta ocupar um espaço de protagonismo regional, com discurso de continuidade de políticas sociais, mas com perfil técnico e foco na gestão de resultados. Esse posicionamento pode se tornar uma vantagem competitiva em um cenário político fragmentado e marcado pela busca por novas lideranças.

A oposição, por sua vez, vê na saída do ministro um movimento eleitoral antecipado e tenta explorar o momento para criticar o uso de cargos públicos como plataforma de projeção política. No entanto, interlocutores do Palácio do Planalto minimizam as críticas e argumentam que a prática é comum entre ministros que desejam disputar cargos eletivos, desde que respeitados os prazos e normas legais.

Nos bastidores, a expectativa é que Macêdo inicie nas próximas semanas uma série de encontros com dirigentes partidários e líderes locais. Seu plano político incluiria a construção de uma ampla aliança, envolvendo siglas de centro e esquerda, com o propósito de consolidar uma candidatura competitiva e viável até o meio de 2025.

Ao anunciar sua saída, Macêdo enfatizou que deixa o ministério “com sentimento de dever cumprido” e que pretende continuar contribuindo para o desenvolvimento do país a partir de novos espaços políticos. Sua despedida simboliza mais uma etapa de transição no governo, que começa a se preparar para um novo ciclo de disputas e rearranjos de poder rumo às eleições de 2026.

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