Hugo Souza assume críticas pela Seleção, mas afirma: “Se eu pego, era milagre”
O goleiro Hugo Souza, atualmente no Corinthians e convocado para a Seleção Brasileira, falou abertamente sobre as cobranças que recebe desde que integrou o grupo nacional. Em entrevista, ele reconheceu que ainda está sendo julgado com rigidez, mas ponderou que algumas situações estão além de sua plena execução: “Se eu pego, era milagre”, admitiu.
Hugo chegou à Seleção após bons momentos no clube paulista e, com a camisa amarela, acabou envolvido em críticas após uma virada sofrida pela equipe. Ele comentou que esse ambiente exige muito do goleiro: “Quando você entra e está com a camisa da Seleção, o nível muda, as câmeras aumentam, o índice de erro diminui, e aquela defesa que no clube você faz com tranquilidade vira ‘se’”, declarou.
O cenário das críticas
Nos últimos meses, a discussão sobre a qualidade dos goleiros da Seleção ganhou intensidade. Hugo foi alvo de análises que apontam que ele ainda não alcançou o “nível” exigido para assumir a titularidade definitiva no Brasil. Em paralelo, figuras do futebol defenderam o jogador, lembrando que o contexto muda drasticamente quando se veste a camisa amarela — e que nem sempre o erro é único do marcador entre os postes.
O arqueiro reconheceu: “Eu entendo o que o pessoal vê, os comentários. Faz parte. Mas também entendo que não posso funcionar como robô. Tenho minhas limitações nesse momento, assim como todos. A diferença é que aqui (na Seleção) o prazo para errar é muito curto”. Quando mencionado o lance em que a defesa adversária escapou por pouco, Hugo comentou com leveza: “Se eu pego? Te juro que tentava. Mas ali, se encaixar aquele reflexo, se a bola desviar, se o zagueiro se mexer… Se eu pego, era milagre”.
A postura e o momento de maturidade
Apesar das críticas, Hugo ressalta que se sente preparado para encarar o desafio. Ele afirmou que amadureceu ao longo da carreira — não apenas tecnicamente, mas mentalmente. O fato de estar tendo essa visibilidade, segundo ele, exige equilíbrio: “Hoje eu entendo que um erro pode custar muito mais do que apenas o resultado de um jogo. O preço para goleiro é diferente”. Ele também fez questão de destacar que o fato de estar na Seleção representa um sonho realizado, e que por isso mesmo veio com a convicção de trabalhar duro para se manter.
No clube, o Corinthians também vem exigindo consistência. Hugo afirmou que, apesar de toda atenção extra que a Seleção traz, o foco permanece no clube: “O que está me colocando aqui é o que faço no dia-a-dia, no clube. Minha vida normal, treino forte, rotina clara. A Seleção é consequência”. Ele mostrou-se consciente da responsabilidade, mas sem excessos: “Eu não vou prometer que nunca mais erro. Prometo que me preparo para que, se molhar as mãos, agarre. E se não, que seja numa jogada em que não tivesse como”.
Os próximos passos
Para Hugo, as oportunidades seguirão surgindo — e com elas, mais exposição e, consequentemente, mais cobrança. Ele destacou que buscará estabilidade para que seu nome seja visto como uma opção confiável, não apenas pela convocação, mas pela sequência. “Não basta aparecer, tem que se manter. E estou focado nisso”, disse.
Na Seleção, muito se discute sobre quem deve assumir a meta para os próximos torneios. Hugo reconhece isso e afirmou que não teme a concorrência: “Tenho grandes goleiros à minha frente, dois topíssimos. Então a minha missão aqui é mostrar que posso manter meu nível. Se aparecer, agarrar. E se for para ganhar esse espaço, que ganhe pelo trabalho”.
Para os torcedores que questionam, ele deixou mensagem clara: “Podem cobrar. Mas saibam que quando eu estiver lá, do outro lado, é mais do que reflexo. É treino, corpo, mente e um monte de variáveis. E se eu fizer, vai parecer simples. Se eu não fizer, não é porque não tentei”.
Conclusão
Hugo Souza se mostra com os pés no chão. Reconhece as críticas, entende o peso da camisa da Seleção e assume que ainda há caminho a percorrer. Ao mesmo tempo, não se exime — admite que se tivesse conseguido evitar certa jogada difícil, “era milagre”. Essa frase carrega frustração, humildade e clareza: por trás dos postes, as condições nem sempre são perfeitas, mas o dever de lutar está.