Esporte

Bap reage a críticas e acusa Leila Pereira de ter “agenda própria” na Libra

A disputa dentro da Libra, a liga que reúne clubes brasileiros para negociar direitos de transmissão e marketing, ganhou um novo capítulo. Luiz Eduardo Baptista, o Bap, dirigente do Flamengo, voltou a se manifestar sobre as declarações da presidente do Palmeiras, Leila Pereira, e afirmou que ela estaria conduzindo uma “agenda pessoal” dentro da entidade.

Segundo Bap, o comportamento de Leila nas últimas semanas tem dificultado o avanço das negociações e colocado o projeto coletivo da Libra em segundo plano. Ele afirmou que a dirigente estaria mais preocupada em fortalecer sua própria imagem política e empresarial do que em buscar consenso entre os clubes.


A crise dentro da Libra

A tensão se intensificou após o impasse em torno de repasses de cerca de R$ 77 milhões destinados aos clubes da Libra, bloqueados por decisão judicial. A medida foi motivada por divergências entre Flamengo, Palmeiras e outras equipes quanto aos critérios de distribuição das receitas de TV e pay-per-view.

Leila criticou duramente o Flamengo, acusando o clube de tentar exercer controle sobre a liga e de querer impor condições que garantam vantagens financeiras à sua equipe. Bap rebateu dizendo que “o Flamengo não busca privilégios, mas apenas o cumprimento do que foi acordado” e que Leila “confunde liderança com autoritarismo”.

Ele ainda comparou o episódio à situação vivida pelo Vasco em negociações passadas, quando divergências internas acabaram afastando o clube de acordos importantes. Para Bap, o comportamento da presidente do Palmeiras “repete o erro” ao colocar disputas pessoais acima do consenso institucional.


Um projeto em risco

Criada com a promessa de profissionalizar a gestão do futebol brasileiro e dar mais poder aos clubes nas negociações de mídia, a Libra vive seu momento mais tenso desde a fundação. Enquanto uma ala liderada por Flamengo e Palmeiras defende a revisão dos percentuais de divisão de receitas, outros times reclamam da falta de transparência e da concentração de poder nos dois gigantes.

O conflito entre Leila e Bap tornou-se o símbolo de uma disputa mais ampla: de um lado, quem quer transformar a Libra em um modelo de negócios moderno e autossustentável; de outro, quem teme que o projeto se transforme em um bloco dominado pelos clubes de maior torcida.


Possíveis desdobramentos

Apesar do tom agressivo das declarações, interlocutores da liga ainda esperam um acordo que permita retomar o foco nas negociações com empresas de mídia e patrocinadores. Nos bastidores, há quem tema que o impasse leve a uma cisão definitiva e à formação de uma nova entidade, reunindo clubes insatisfeitos com o modelo atual.

Para Bap, a Libra precisa de “maturidade e visão de longo prazo”, enquanto Leila segue defendendo uma “redistribuição mais justa das receitas”. A disputa entre os dois, entretanto, mostra que o caminho para a unidade do futebol brasileiro ainda está longe de ser alcançado.

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