Lula diz que conversa com Trump foi “muito amigável” e confirma que encontro presencial será marcado
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, após uma ligação de 30 minutos com Donald Trump, que o diálogo foi bastante cordial e que os dois líderes concordaram em agendar um encontro presencial em breve. A troca de palavras, focada principalmente em comércio, tarifas e relações diplomáticas, marca uma tentativa de suavização nas relações entre Brasil e Estados Unidos.
O teor da ligação e o clima do contato
Segundo comunicado oficial do Planalto, Lula descreveu o telefonema como uma chance de restaurar as relações amistosas entre Brasil e EUA, enfatizando que os dois países têm longa história e muito a ganhar com cooperação. Ele lembrou ainda do encontro breve que tiveram durante a Assembleia-Geral da ONU em Nova York, destacando a “boa química” naquele momento.
Trump, por sua vez, disse que gostou da conversa, afirmando que os temas principais foram economia e comércio. Ele disse que pretende manter novas conversas e que ambos se reunirão “num futuro não tão distante”, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.
Os pontos centrais da interlocução
Durante o diálogo, Lula fez pedidos claros:
- A eliminação da sobretaxa de 40 % aplicada pelos EUA sobre produtos brasileiros, considerada por Brasília como barreira comercial que prejudica exportadores nacionais;
- O fim das sanções contra autoridades brasileiras, que vinham gerando atritos diplomáticos;
- Convites para futuros encontros: Lula sugeriu que Trump participe da COP30, que será realizada em Belém, e se disponha a visitar os Estados Unidos para continuidade das negociações.
Na nota oficial, é dito que Trump designou o secretário de Estado Marco Rubio como interlocutor com a equipe do governo brasileiro para dar seguimento às conversas.
Implicações e desafios
Esse gesto de reaproximação ocorre num momento de tensão entre os dois países, especialmente após a imposição de tarifas americanas elevadas sobre produtos brasileiros e a aplicação de sanções contra autoridades nacionais.
O agendamento do encontro presencial será simbólico: servirá como teste de confiança bilateral e indicará se os gestos amistosos serão convertidos em compromissos efetivos para reverter medidas protecionistas.
Mas o caminho não é simples: as tarifas impostas pelos EUA e as divergências políticas internas complicam o processo de reconstrução de confiança.