Esporte

CBF exibe áudio do VAR ao São Paulo e aponta que árbitro entendeu “escorregão” em lance polêmico

Em uma reunião técnica realizada nesta segunda-feira, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) apresentou à diretoria do São Paulo o áudio do diálogo entre o árbitro de campo e o VAR referente ao clássico Choque-Rei disputado no domingo. A gravação revela que a arbitragem interpretou que o jogador Allan, do Palmeiras, teria escorregado antes de derrubar Gonzalo Tapia, em lance dentro da área, motivo pelo qual a penalidade não foi marcada.


O contexto e a motivação da reunião

Após a derrota por 3 a 2 para o Palmeiras, o São Paulo manifestou indignação com decisões da arbitragem em vários lances. O principal ponto de contestação foi o momento em que Tapia caiu dentro da área após contato com Allan. A diretoria tricolor qualificou o lance como pênalti claro e exigiu transparência da CBF quanto ao uso do VAR.

Para dar resposta, a CBF convocou uma reunião virtual com membros do clube, incluindo o executivo Rui Costa, e representantes da arbitragem nacional, como Rodrigo Cintra e Péricles Bassols. No encontro, foi explicado que, no lance contestado, o árbitro de vídeo (VAR) não recomendou que o árbitro de campo fosse ao monitor revisar a jogada, pois entendeu que não se tratava de infração clara.

O clube pediu que os áudios das conversas sejam publicados, e o presidente do São Paulo, Julio Casares, chegou a solicitar a “quebra de protocolo” para que a comunidade esportiva tenha acesso ao material.


O que o áudio revela

  • Na gravação, ouve-se o árbitro central e o VAR discutindo o lance, com referência à instabilidade no corpo de Allan antes do contato.
  • A arbitragem avaliou que o jogador perdeu o equilíbrio antecipadamente — o escorregão — o que descaracteriza o que seria um movimento deliberado de empurrão ou derrubada.
  • Essa interpretação foi decisiva para que o árbitro optasse por não marcar a penalidade nem acionar a revisão do VAR de forma formal.

Protocolo da CBF e limitação à divulgação pública

A CBF esclareceu que seus protocolos permitem a divulgação de áudios e vídeos apenas em lances que foram objeto de revisão formal (quando o árbitro vai ao monitor). No caso específico do jogo entre São Paulo e Palmeiras, como não houve recomendação formal para revisão, os áudios não serão tornados públicos de imediato.

Mesmo assim, os clubes têm acesso ao material em fóruns internos ou mediante solicitação nos canais previstos. A entidade afirmou que qualquer mudança nesse procedimento exige que seja uniforme para todos os jogos, por questão de isonomia e operacionalidade.


Impressões e reações

  • A diretoria do São Paulo avaliou que o áudio não esclarece totalmente todos os lances contestados, mas mostra a linha de raciocínio da arbitragem.
  • Casares classificou o episódio como um erro que influenciou o jogo e argumentou que transparência é essencial para recuperar credibilidade no futebol nacional.
  • A CBF já afastou e determinou reciclagem para o árbitro de campo e para o árbitro de vídeo envolvidos, admitindo que houve falhas na atuação.

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