Politica

Fachin puxa o freio: o “after” da política fica sem pista de dança

No imaginário político de Brasília, cada decisão do Supremo vira uma espécie de “festa prolongada”: os aliados comemoram, os adversários reclamam, e a ressaca vem depois. Mas desta vez, o ministro Edson Fachin resolveu ser o DJ que encerra o som no meio da madrugada — o after foi cancelado.


O recado de Fachin

A decisão de Fachin não é apenas um despacho jurídico. É também um gesto político, um sinal de que o STF não pretende esticar certas cordas que já estão no limite. Se o Congresso tenta improvisar soluções para blindar aliados, e o Executivo finge que não vê, o Judiciário entra em cena como aquele vizinho incomodado com o barulho que chama a polícia para encerrar a balada.


O after que não rolou

Em Brasília, o “after” costuma ser mais importante que a festa em si. São as negociações de bastidores, os acordos de madrugada, as manobras regimentais que só aparecem no Diário Oficial dias depois. Fachin, ao barrar o movimento, estraga justamente essa segunda etapa, onde se decide quem realmente ganha.

Políticos que contavam com o prolongamento da farra agora precisam lidar com a frustração: não haverá tempo extra para improvisar desculpas ou rearranjar estratégias.


O clima no baile

No Congresso, o clima é de pista esvaziada. Deputados e senadores que apostavam no “liberou geral” voltam para casa resmungando, enquanto governistas tentam encontrar outro palco para dançar. Na oposição, a sensação é de vitória parcial — até porque, em Brasília, a festa nunca termina de verdade, apenas muda de endereço.


E o que vem depois?

Se Fachin cancelou o after, não significa que a política parou. Significa que o jogo ficou mais sério: sem a extensão artificial da noite, cada movimento precisa ser feito à luz do dia, com transparência (ou pelo menos sob a vigilância pública).

No fim, o recado é claro: não dá para viver só de festa improvisada. E o Supremo, quando quer, sabe desligar o som.

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