Bárbara Marques, cineasta brasileira, é detida pelo ICE e denuncia condições desumanas
A cineasta brasileira Bárbara Marques, conhecida por curtas como Dia de Cosme e Damião (2016) e Cartaxo (2020), está detida pelo Serviço de Imigração e Controle de Aduanas dos Estados Unidos (ICE) desde 16 de setembro de 2025. Ela foi presa após comparecer voluntariamente a uma audiência em Los Angeles para regularizar sua situação migratória.
Segundo relatos de seu marido, o montador e ator norte-americano Tucker May, Bárbara foi separada de seu advogado sob o pretexto de uma impressora quebrada e, em seguida, detida com base em uma suposta audiência judicial perdida em 2019, da qual ela afirma não ter sido notificada.
Desde então, Bárbara foi transferida para diversos centros de detenção, incluindo Adelanto, na Califórnia, e mais recentemente para uma instalação na Louisiana. Durante o período de detenção, ela enfrentou condições adversas, como viagens prolongadas algemada, falta de alimentação e água adequadas, privação de sono e negação de tratamento para uma condição crônica nas costas, mesmo com documentação médica comprovando a necessidade de cuidados. Também houve dificuldades significativas no acesso à sua defesa legal.
Tucker May denunciou publicamente o caso, classificando o tratamento recebido por Bárbara como “desumano” e alertou para a possibilidade de sua esposa ser removida para um local desconhecido sem que a família tivesse conhecimento de seu paradeiro.
Bárbara Marques, natural de Vitória (ES), reside em Los Angeles desde 2018, onde desenvolveu sua carreira como diretora, produtora e atriz. Sua trajetória artística inclui trabalhos em teatro, TV e cinema, além de produções em Angola. Entre seus trabalhos mais recentes estão o curta Cartaxo (2019), e os documentários Love (2023), vencedor de melhor documentário no Filmae Film Festival de Brasília, e Pretas (2023), exibido no Los Angeles Brazilian Film Festival.
O caso gerou repercussão internacional, com organizações de direitos humanos e autoridades brasileiras manifestando preocupação com as condições de detenção e a falta de transparência no processo migratório. A situação continua a ser monitorada por defensores dos direitos civis e instituições que atuam na proteção de imigrantes.