Valorização do real abre novas rotas: destinos que ficam mais baratos para os brasileiros
A recente valorização do real frente ao dólar e ao euro começa a redesenhar os planos de viagem de muitos brasileiros. Com a moeda nacional mais forte, passagens, hospedagens e até compras internacionais ficam relativamente mais acessíveis, estimulando a procura por destinos que antes pareciam caros demais. A mudança no câmbio não elimina o peso de outros custos, mas cria uma oportunidade rara: viajar para fora do país gastando menos do que em anos anteriores.
América do Sul: o primeiro porto seguro
Os países vizinhos sempre foram alternativas populares e agora se tornam ainda mais vantajosos.
- Argentina: tradicional refúgio dos turistas brasileiros, Buenos Aires e Mendoza estão ainda mais convidativas. A inflação local é alta, mas o câmbio favorece o poder de compra de quem chega com reais.
- Chile: Santiago, Atacama e Patagônia oferecem experiências únicas, e a valorização do real ajuda a compensar os preços mais elevados dos passeios.
- Uruguai: Montevidéu e Punta del Este seguem como destinos charmosos, e o real forte traz alívio principalmente nos gastos com hospedagem e alimentação.
Além da proximidade geográfica, o custo reduzido de passagens aéreas para a região torna a América do Sul a escolha mais imediata.
Estados Unidos: compras e lazer voltam ao radar
Com o real valorizado, o dólar mais baixo devolve atratividade às viagens para os Estados Unidos. Orlando, Miami e Nova York voltam a aparecer nos planos de famílias e grupos de amigos, tanto pela experiência turística quanto pela possibilidade de fazer compras a preços mais interessantes.
Os pacotes de viagem, que vinham sendo considerados caros demais, já mostram queda em valores, sobretudo em companhias que parcelam passagens. Ainda assim, os gastos locais exigem planejamento, já que hospedagem e alimentação continuam elevados em grandes cidades.
Europa: câmbio mais favorável abre portas
A força do euro sempre foi um obstáculo, mas a valorização do real ajuda a reduzir o abismo. Destinos tradicionais como Portugal, Espanha e Itália ficam mais acessíveis, especialmente para quem viaja em baixa temporada.
Além disso, a facilidade de circulação dentro do bloco europeu permite que o turista otimize a viagem, combinando várias cidades em um mesmo roteiro. O impacto do câmbio reduz não só despesas básicas, mas também entradas em museus, transporte e até gastronomia.
Destinos exóticos ganham espaço
Com mais poder de compra, muitos brasileiros também olham para destinos antes considerados distantes e caros, como África do Sul, Marrocos e até países do Sudeste Asiático. O câmbio mais favorável ajuda a diluir os custos das longas viagens, tornando pacotes de aventura ou experiências culturais diferenciadas mais viáveis.
Turismo doméstico ainda concorre
Apesar da valorização do real abrir novas oportunidades, o turismo interno continua sendo uma opção sólida. Muitos brasileiros ainda preferem viajar pelo país devido à ausência de burocracias como visto e passaporte, além da instabilidade do preço das passagens internacionais. Mas o fortalecimento da moeda nacional pode reduzir essa barreira e levar parte desse público para fora.
Oportunidade exige planejamento
Especialistas alertam que a janela pode ser passageira. Mudanças políticas e econômicas internacionais podem alterar o câmbio rapidamente. Por isso, quem deseja aproveitar deve se planejar logo, pesquisando passagens com antecedência e comparando preços em diferentes moedas.
No fim das contas, a valorização do real não resolve todos os desafios de viajar para o exterior, mas abre espaço para que destinos antes considerados caros voltem a caber no bolso de muitos brasileiros.