Crespo avalia eliminação do São Paulo: “Jogamos bem”, aposta em matemática e justifica Rigoni como ala
A eliminação do São Paulo para a LDU ainda reverbera no Morumbi, mas o técnico Hernán Crespo preferiu adotar um tom mais analítico e até otimista ao comentar a queda. Em entrevista coletiva após o revés, o treinador destacou que, em sua visão, a equipe não fez um mau jogo, mesmo diante do placar agregado de 3 a 0 para os equatorianos.
Com calma e discurso didático, Crespo recorreu à matemática para embasar sua avaliação, defendendo que, em termos de criação de oportunidades, posse de bola e finalizações, o São Paulo não ficou atrás. Ainda assim, admitiu que a eficiência — fator decisivo em confrontos de mata-mata — pesou a favor do adversário.
“Jogamos bem, mas faltou efetividade”
Na coletiva, Crespo insistiu que o desempenho não condiz com a eliminação. Segundo ele, o São Paulo conseguiu impor o ritmo em alguns momentos e criou situações que poderiam ter mudado a história da partida.
“Se olharmos para os números, veremos que o São Paulo finalizou mais, teve mais posse e chegou em condições de marcar. A matemática não mente. O que fez a diferença foi a precisão da LDU: três chances claras, três gols. No nosso caso, não aproveitamos o que criamos”, afirmou o treinador.
Rigoni como ala: explicação tática
Um dos pontos mais questionados pela torcida foi a decisão de escalar Rigoni em uma função pouco usual, atuando como ala aberto pela direita. Crespo explicou que a escolha foi estratégica e visava dar mais agressividade ao setor ofensivo, aproveitando a velocidade e a capacidade de cruzamento do argentino.
“Precisávamos de amplitude e profundidade. Rigoni tem qualidade para cumprir esse papel, mesmo não sendo sua posição original. Ele poderia criar superioridade numérica pelas beiradas e gerar mais oportunidades para os atacantes. Infelizmente, não conseguimos converter essas jogadas em gols”, disse o técnico.
Epidemia de lesões como obstáculo
Crespo também lembrou que o elenco tricolor foi fortemente afetado por lesões ao longo da temporada, algo que comprometeu o planejamento. Para ele, o São Paulo precisou improvisar em excesso e perdeu consistência nas fases mais importantes da competição.
“É difícil competir em alto nível com tantos jogadores fora. Fizemos ajustes, buscamos alternativas, mas em algum momento isso cobra um preço. Ainda assim, acredito que a equipe deixou tudo em campo”, analisou.
Discurso de confiança
Apesar da eliminação dura, Crespo tentou projetar confiança para os próximos desafios. Ele reforçou que o São Paulo ainda tem objetivos relevantes na temporada e que, se corrigir os detalhes que custaram a vaga, pode terminar o ano de maneira mais positiva.
“Não gosto de falar em fracasso. Prefiro ver como aprendizado. Estamos construindo uma identidade de jogo. Agora é olhar para frente, recuperar os lesionados e seguir competindo. O São Paulo é grande demais para se abalar por uma eliminação”, concluiu.