Fintechs aceleram crédito no Brasil e reduzem custo para consumidores e empresas
1. A força do crédito digital
Nos últimos anos, as fintechs deixaram de ser vistas como pequenas concorrentes dos bancos tradicionais para se tornarem protagonistas no mercado de crédito. Em 2024, essas empresas atingiram um volume de concessão de crédito superior a 35 bilhões de reais, o que representa um crescimento de quase 70% em relação ao ano anterior.
O salto revela não apenas o amadurecimento do setor, mas também uma mudança cultural: milhões de brasileiros passaram a buscar alternativas digitais para acessar serviços financeiros. O público de pessoas físicas já ultrapassa a marca de 67 milhões de clientes, enquanto micro e pequenas empresas têm se tornado cada vez mais dependentes do crédito oferecido por plataformas digitais.
2. Crédito mais barato e acessível
O grande diferencial das fintechs está no preço. A competição que trouxeram ao mercado, somada à facilidade da portabilidade do crédito, vem reduzindo o custo final para consumidores e empresas. Estudos recentes indicam que essa concorrência gerou um ganho de bem-estar para a população, permitindo que famílias e empreendedores gastem mais em consumo ou invistam em seus negócios graças a juros menores.
Além disso, a análise de risco mais precisa, feita por meio de algoritmos e inteligência artificial, reduz as taxas de inadimplência e abre espaço para condições mais vantajosas de pagamento.
3. Inclusão financeira sem precedentes
O impacto das fintechs vai além do preço: elas têm ampliado a inclusão financeira no Brasil. Entre 2018 e 2025, o número de usuários ativos no sistema bancário mais que dobrou. No caso das pessoas jurídicas, especialmente microempreendedores e pequenos negócios, o crescimento foi ainda mais expressivo, ultrapassando os 300%.
Esse movimento demonstra que as fintechs não apenas competem com os bancos, mas também criam novas oportunidades de acesso ao crédito para segmentos que antes eram ignorados pelo sistema financeiro tradicional.
4. Por que as fintechs conseguem cobrar menos?
- Concorrência direta: a entrada de novos agentes força os bancos tradicionais a reduzirem taxas e a oferecerem condições mais flexíveis.
- Tecnologia: o uso intensivo de dados permite avaliar riscos de forma mais rápida e assertiva, diminuindo custos operacionais.
- Burocracia reduzida: processos 100% digitais eliminam etapas, documentos e intermediários, o que se reflete em taxas menores.
- Personalização: produtos adaptados ao perfil de cada cliente tornam o crédito mais justo e acessível.
5. Desafios para o futuro
Apesar do avanço, ainda existem obstáculos. A necessidade de um marco regulatório mais claro, a proteção contra fraudes digitais e a expansão da infraestrutura tecnológica em regiões menos desenvolvidas são pontos fundamentais para garantir a continuidade desse movimento.
Outro desafio é manter a sustentabilidade financeira das fintechs. Com margens mais apertadas e forte competitividade, essas empresas precisam equilibrar inovação, rentabilidade e segurança para seguir crescendo.
6. Conclusão
As fintechs transformaram o crédito no Brasil. Ao oferecerem juros mais baixos, processos simplificados e maior inclusão financeira, provocaram uma mudança estrutural no sistema bancário. Para consumidores e empresas, o resultado é claro: mais acesso, mais opções e custos menores.
Se essa tendência se mantiver, o Brasil pode caminhar para um cenário em que o crédito se torne não apenas mais barato, mas também mais democrático, atendendo a um público cada vez mais amplo e diversificado.

