Corinthians sob pressão: presidente se compromete a entregar documentos ao MP
1. Contexto da investigação
O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) abriu inquérito para apurar o uso de cartões corporativos do Corinthians nas gestões de três ex-presidentes: Andrés Sanchez (2018–2020), Duilio Monteiro Alves (2021–2023) e Augusto Melo (2024–maio de 2025). A investigação começou no final de julho de 2025, e o foco está na análise de gastos suspeitos, que incluem possíveis infrações como apropriação indébita, estelionato, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.
Apesar de solicitações formais desde 31 de julho, o MP ainda não recebeu os documentos financeiros necessários, o que gerou críticas sobre falta de colaboração e inércia administrativa por parte do clube.
2. Desafios internos e obstrução
O promotor responsável pelo caso citou dificuldades no acesso à documentação, além de supostos furto e supressão de documentos. O clube foi apontado como desorganizado administrativamente, e essa situação atrapalha a investigação. Também há preocupação com o fato de investigados ocuparem cargos em conselhos do clube, o que pode configurar conflito de interesses.
3. Quebra de sigilo e prazo determinado
Diante da ausência dos documentos, o MP solicitou à Justiça a quebra de sigilo das faturas dos cartões corporativos, abrangendo o período investigado. Essa medida visa acessar diretamente os extratos para subsidiar a apuração.
Além disso, o promotor estipulou um prazo de 24 horas para que o clube apresente as faturas e demais documentos requisitados — sob risco de instauração de processo por desobediência em caso de descumprimento.
4. Reação do clube
A administração em exercício, representada por Osmar Stábile e demais dirigentes, agora se vê obrigada a cumprir a determinação formal, admitindo o envio dos documentos dentro do prazo estipulado pelo MP.
Enquanto isso, a defesa dos ex-presidentes reafirma que não há juízo de culpa e que todos se colocam à disposição para colaborar com a Justiça, inclusive com a apresentação de documentos que comprovem a legalidade de suas gestões.
5. Fases do processo
Etapa | Descrição |
---|---|
Investigação iniciada | Apuração dos gastos nas gestões de 2018 a 2025 |
Solicitação de documentos | Feita em 31 de julho, sem resposta até início de setembro |
Ação judicial | Pedido de quebra de sigilo das faturas dos cartões |
Prazo final | Prazo de 24h imposto pelo MP para entrega dos documentos |
Consequência | Possível instauração de investigação criminal por obstrução |
6. Conclusão
O Corinthians enfrenta momento delicado: sob forte pressão do Ministério Público, o clube foi obrigado a responder a um pedido judicial para a entrega imediata de documentos críticos para a investigação. A forma como essa exigência será atendida poderá influenciar diretamente os rumos das apurações, assim como o desgaste institucional e a percepção de transparência junto à torcida e à sociedade.