Politica

Ministro rejeita pressão do PP e afirma que segue trabalhando “normalmente” no governo

Em meio às especulações sobre uma possível saída de ministros ligados ao Progressistas (PP) da Esplanada dos Ministérios, um integrante da equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira que continuará exercendo suas funções “normalmente”, apesar das pressões internas do partido.

O PP vem sendo pressionado por sua base a adotar postura mais alinhada à oposição, especialmente após os últimos atritos entre o Palácio do Planalto e parlamentares do Centrão. Nesse contexto, surgiram rumores de que ministros da sigla poderiam entregar seus cargos como gesto político. O ministro, no entanto, descartou essa possibilidade, enfatizando que sua prioridade é o cumprimento das tarefas à frente da pasta.

De acordo com interlocutores do governo, Lula tem adotado uma estratégia de blindagem em relação a ministros que sofrem pressão partidária. O presidente avalia que, em um momento de instabilidade política e de negociações delicadas no Congresso, abrir mão de quadros técnicos ou articuladores estratégicos seria um risco elevado.

Nos bastidores, lideranças do PP admitem que o partido enfrenta uma divisão: de um lado, parlamentares que defendem maior proximidade com o governo para assegurar cargos e emendas; de outro, grupos que querem se afastar do Planalto e fortalecer a oposição. Essa disputa interna reflete não apenas a pauta econômica, mas também o cálculo político de olho nas eleições municipais de 2026.

O ministro que se manifestou publicamente tenta se manter afastado dessa disputa. Segundo ele, o governo “não pode parar” e a responsabilidade administrativa deve estar acima da agenda partidária. A declaração foi interpretada no Planalto como um recado de fidelidade a Lula e uma tentativa de se diferenciar do jogo político mais ruidoso que se desenrola no Congresso.

A expectativa é que a relação entre o Planalto e o PP continue sendo marcada por tensões, mas sem rompimento imediato. Para o governo, cada espaço na Esplanada é um ativo importante na negociação política. Já para o partido, manter cargos pode ser uma forma de garantir influência e benefícios, mesmo em meio a divergências sobre os rumos da política nacional.

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