Esporte

Michael vira dor de cabeça para o Flamengo e expõe o mito do “de graça”

A passagem de Michael pelo Flamengo, que começou com desconfiança e ganhou contornos de aposta ousada, agora se transforma em um problema de difícil solução para a diretoria rubro-negra. O atacante, contratado com status de promessa para dar velocidade e improviso ao ataque, não conseguiu se firmar como protagonista no elenco estrelado e, com o tempo, passou a ser visto mais como obstáculo financeiro do que como solução técnica.

O dilema em torno de Michael ajuda a desmontar um discurso que muitas vezes circula entre dirigentes e torcedores: a ideia de que reforços vindos “de graça”, sem custo de transferência, representam bons negócios automáticos. No caso do atacante, ainda que as cifras iniciais tenham sido consideradas administráveis, a manutenção de salários altos e a dificuldade de encontrar espaço no time fizeram a equação se inverter.

O Flamengo, que convive com a pressão de manter um elenco caro e competitivo, agora precisa decidir se busca uma saída negociada para o jogador ou se absorve o peso de mantê-lo no grupo. A questão ganha relevância diante do planejamento para a próxima temporada, em que o clube tenta equilibrar a folha salarial sem abrir mão da busca por títulos.

Além disso, a presença de Michael abre outra frente de debate: até que ponto o Flamengo consegue sustentar jogadores que não têm papel de destaque, mas ocupam espaço considerável no orçamento? Internamente, há quem veja a situação como reflexo da dificuldade de alguns clubes brasileiros em dizer “não” a propostas que parecem atraentes no curto prazo, mas que, com o tempo, se mostram armadilhas financeiras.

A “lenda do de graça”, portanto, vai ruindo na Gávea. O caso de Michael mostra que nenhum reforço realmente chega sem custos e que, mesmo sem pagamento de altas cifras de transferência, salários, prêmios e tempo de contrato acabam cobrando seu preço.

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