Equipe de Moraes sustenta legalidade de pedidos de relatórios a Tagliaferro
O gabinete do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), saiu em defesa da legalidade dos relatórios solicitados ao delegado Fábio Alvarez Tagliaferro, apontado como um dos responsáveis por investigações sensíveis envolvendo aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.
De acordo com integrantes próximos ao ministro, os documentos requisitados fazem parte do trâmite regular de supervisão judicial sobre diligências em curso. A avaliação no Supremo é que, diante do peso político dos inquéritos e da necessidade de preservar a integridade das investigações, cabe ao relator — no caso, Moraes — solicitar informações periódicas à Polícia Federal, o que não representaria qualquer ingerência indevida.
Os questionamentos em torno do tema ganharam repercussão após setores da oposição e aliados de Bolsonaro acusarem o STF de “monitorar” de maneira excessiva os investigadores, alegando risco de intimidação. O gabinete de Moraes rebateu, afirmando que o objetivo é justamente garantir transparência e evitar irregularidades, preservando tanto os investigados quanto os investigadores.
A defesa da legalidade dos relatórios também se apoia em precedentes: ministros de tribunais superiores historicamente têm requisitado informações a delegados e procuradores em investigações que envolvem autoridades com foro privilegiado. Para o entorno de Moraes, portanto, trata-se de uma prática consolidada, e não de um ato excepcional.
Nos bastidores, interlocutores do STF avaliam que a polêmica reflete o acirramento político em torno dos processos que envolvem Bolsonaro e militares, já que qualquer decisão de Moraes tem sido alvo de contestação imediata por parte de parlamentares da oposição. Ainda assim, a expectativa é que os pedidos de relatórios continuem sendo feitos, em linha com a condução habitual de inquéritos sob supervisão direta do Supremo.