Economia

Expointer celebra retorno das aves e simboliza vitória do RS sobre Newcastle e a gripe aviária

A volta das aves à Expointer, uma das maiores feiras agropecuárias da América Latina, foi recebida como símbolo de resistência e superação pelo setor produtivo do Rio Grande do Sul. Após dois anos de restrições devido à detecção do vírus da gripe aviária e da pressão comercial internacional, especialmente vinda do Reino Unido, o retorno marca não apenas um gesto cultural, mas também político e econômico.

Contexto de crise

Em 2023 e 2024, a gripe aviária impôs duras barreiras sanitárias ao Brasil, com o estado gaúcho no centro das atenções. O surto global levou a restrições à exposição de aves em eventos e a suspensão temporária de exportações. O Newcastle, tradicional doença viral das aves, também era parte do receio sanitário que obrigou criadores a afastar galinhas, patos, faisões e demais espécies da vitrine agropecuária mais simbólica do Sul.

A vitória sanitária

O retorno das aves à Expointer foi possível graças ao rígido trabalho de vigilância e de prevenção. O estado reforçou barreiras sanitárias, expandiu a vigilância epidemiológica e investiu em protocolos modernos de biossegurança. Esse esforço coletivo foi reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal, que manteve o Brasil como país livre de influenza aviária de alta patogenicidade na produção comercial — fator decisivo para proteger mercados de exportação.

Valor cultural e simbólico

A presença das aves na feira ultrapassa a questão econômica. Criadores, famílias rurais e visitantes veem nelas a memória viva de uma tradição que vai além do agronegócio, envolvendo competições, exposições e a celebração da diversidade da produção gaúcha. Muitos destacam que a ausência nos últimos anos havia deixado a feira incompleta.

Impactos econômicos

A volta das aves também é um recado para os compradores internacionais. O Brasil é o maior exportador mundial de carne de frango, e o Rio Grande do Sul tem papel central nessa cadeia. Mostrar que a produção e os eventos estão protegidos contra surtos sanitários ajuda a reduzir pressões de países concorrentes e parceiros comerciais que, em momentos de crise, tentaram usar a gripe como argumento para impor barreiras ao produto brasileiro.

Orgulho gaúcho

Para o setor rural do estado, o retorno é lido como vitória em duas frentes: a superação dos desafios sanitários e a resposta às pressões externas. A Expointer 2025, assim, não é apenas mais uma edição da feira, mas também um marco simbólico da capacidade do Rio Grande do Sul de enfrentar adversidades e preservar sua relevância no agronegócio global.

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