Economia

Golpe milionário: como donos da Camisaria Colombo abusaram de falha no sistema bancário

A Polícia Civil de São Paulo deflagrou uma operação que resultou na prisão dos irmãos Alberto e Paulo Jabur Maluf, donos da tradicional Camisaria Colombo, após suspeita de envolvimento em um elaborado esquema de fraude que causou prejuízo estimado em R$ 21 milhões ao sistema financeiro.

1. Exploração de brecha no sistema de pagamentos

Os irmãos descobriram uma falha em uma plataforma de pagamentos: ao realizar múltiplas transferências em curto intervalo, os valores chegavam ao destino, mas não eram debitados da conta de origem. Esse bug permitiu que criassem créditos fantasmas e reproduzissem dinheiro virtualmente — um verdadeiro “milagre da multiplicação”.

2. Mecanismo de execução do golpe

  • Entre os dias 1º e 21 de outubro de 2024, foram feitas mais de 2.500 transações fraudulentas.
  • O valor original de cerca de R$ 5 milhões foi multiplicado artificialmente para R$ 26 milhões, com R$ 21 milhões desviados.
  • Os recursos foram direcionados a contas diversas, mas centralizados em uma única empresa, suspeita de atuar como receptora principal dos valores.

3. Ocultação de patrimônio e prejuízo a credores

Além do impacto direto no sistema financeiro, o esquema teve um propósito estratégico: ocultar patrimônio em meio ao processo de recuperação judicial da Camisaria Colombo. Isso reduzia a massa falida e prejudicava credores que buscavam receber dívidas legítimas, configurando mais uma camada de fraude econômica.

4. Operação Fractal e detidos

Batizada de Operação Fractal, a ação da Divisão de Crimes Cibernéticos envolveu mais de 20 policiais. Foram cumpridos mandados de prisão temporária e de busca e apreensão em São Paulo, Birigui, Avaré e Brasília. Entre os detidos estão:

  • Álvaro Jabur Maluf Júnior (um dos donos, preso);
  • Bruno Gomes de Souza (representante legal da BS Capital, empresa que ajudava na movimentação dos recursos);
  • Paulo Jabur Maluf (outro proprietário, ainda foragido);
  • Mauricio Miwa (funcionário da BS Capital, também procurado pela polícia).

5. Consequências jurídicas e financeiras

A investigação segue avançando para traçar o “caminho do dinheiro” e responsabilizar todos os envolvidos — não apenas criminalmente, mas também em eventuais ações de reparação. A fraude é tratada como crime continuado, o que pode elevar as penas dos acusados.

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