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Defesa de Bolsonaro reage à decisão do STF e acusa PF de agir com “lógica persecutória”

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro voltou a se manifestar de forma contundente em resposta às medidas determinadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Em nota, os advogados alegaram que a Polícia Federal (PF) atua de forma parcial, guiada por uma “lógica persecutória” e sem respeito às garantias constitucionais. O posicionamento surge em meio ao avanço de investigações que apuram a participação de Bolsonaro em suposta trama golpista, que teria como objetivo impedir a posse do presidente eleito em 2022.

O contexto das medidas judiciais

Nos últimos dias, o STF autorizou uma série de ações cautelares contra o ex-presidente, que incluem o uso de tornozeleira eletrônica, busca e apreensão em endereços ligados a ele, proibição de contato com outros investigados e restrições de movimentação. A decisão atende a pedidos da Polícia Federal, que aponta risco de destruição de provas, articulações entre aliados e a possibilidade de interferência nas investigações.

As medidas foram consideradas “excessivas” pela defesa, que afirma que Bolsonaro sempre se colocou à disposição da Justiça e jamais demonstrou intenção de descumprir ordens judiciais. Para os advogados, o rigor aplicado pelo STF não encontra paralelo em outros casos envolvendo figuras públicas de grande relevância política.

A acusação de perseguição política

No comunicado, os advogados reforçam a tese de que Bolsonaro é alvo de uma perseguição contínua por parte de instituições que deveriam agir com imparcialidade. Segundo a nota, a PF atua de forma seletiva ao direcionar esforços de investigação contra o ex-presidente e seus aliados, ao mesmo tempo em que não adota o mesmo padrão de rigor em casos que envolvem políticos de outras correntes ideológicas.

Essa narrativa de vitimização política já vem sendo construída há meses por Bolsonaro e seus apoiadores, e agora ganha novo fôlego diante das medidas judiciais. Para o núcleo bolsonarista, o avanço das investigações e a imposição de restrições são estratégias para inviabilizar o retorno político do ex-presidente e desgastar sua imagem diante do eleitorado.

A relação tensa com o STF

A relação entre Bolsonaro e o STF é marcada por atritos desde o início de seu governo. Durante a pandemia, o então presidente confrontou ministros em decisões sobre medidas de isolamento, vacinas e liberdade de expressão nas redes sociais. Em momentos distintos, chegou a questionar a lisura do processo eleitoral, colocando em xeque o sistema eletrônico de votação, o que intensificou o clima de desconfiança entre ele e a Corte.

Agora, com a nova ofensiva da Justiça, esse histórico de embates volta ao centro do debate. A defesa insiste que a imposição de cautelares reforça o ambiente de instabilidade política e cria um precedente perigoso, em que medidas restritivas poderiam ser aplicadas de forma desproporcional contra opositores.

Repercussão política

A reação da defesa de Bolsonaro repercute diretamente no cenário político. Aliados do ex-presidente utilizam o discurso de perseguição para mobilizar sua base e reforçar a ideia de que ele é vítima de um sistema judicial aparelhado. Por outro lado, críticos destacam que o cumprimento da lei deve ser igual para todos, e que a investigação sobre supostas tentativas de ruptura institucional é fundamental para a democracia.

O que vem pela frente

Com a continuidade das investigações, o embate entre a defesa de Bolsonaro, a Polícia Federal e o Supremo deve se intensificar. O ex-presidente ainda enfrenta outros processos, que vão desde o uso indevido da máquina pública até questões envolvendo joias recebidas de autoridades estrangeiras. Cada novo capítulo aumenta a tensão entre o Judiciário e o campo bolsonarista, alimentando a polarização política no país.

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